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Número do cartão de crédito: o que é, como consultar e medidas de segurançaData de publicação 21 de novembro de 20244 minutos de leitura
Publicado em: 16 de abril de 2024
Categoria Educação financeiraTempo de leitura: 10 minutosTexto de: Time Serasa
Já ouviu falar que um objeto descartado ainda vai continuar no planeta por mais centenas de anos até se decompor? Pois é, isso acontece porque esse produto talvez não tenha sido planejado para fazer parte de uma cadeia mais completa, que o descarte correto ou até o reaproveitamento. Esse tipo de lógica faz parte da economia circular. Saiba o que é essa economia e porque ela pode impactar positivamente o dia a dia e tornar a sociedade mais sustentável.
A economia circular é uma forma de desenvolver processos pensando não apenas no objetivo de venda de um serviço ou produto, mas também em como essa movimentação afeta seu entorno. Para isso, uma empresa passa a levar em consideração questões como o tipo de matéria-prima que compra, repensando e optando por materiais com menor impacto ambiental.
Um exemplo prático: os cafés em cápsula se tornaram muito populares nos últimos anos. Porém, a produção da cápsula pode trazer prejuízo ao meio ambiente, por ter plástico em sua composição. Segundo a Fiocruz, só o plástico pode demorar até 450 anos para se decompor.
Na lógica da economia linear, mais tradicional, as empresas fabricam as cápsulas e o consumidor fica responsável pelo seu descarte, podendo ou não procurar um meio de reciclar ou reaproveitar. Na economia circular, antes mesmo de produzir a empresa passa a repensar os materiais, buscando opções de cápsulas biodegradáveis ou que possam ser reutilizadas, por exemplo.
Outra saída é a logística reversa, pelo qual a empresa também se responsabiliza pelo descarte dos materiais que produziu. Isso pode ser feito com pontos de coleta nas próprias lojas da marca. No caso de produtos maiores, a companhia pode ter uma central que vá até o consumidor retirar o que ele não quer mais ou precisa descartar.
O conceito da economia circular veio de diversas fontes diferentes. Desenvolveu-se a partir da própria economia, mas com o pensamento também voltado ao meio ambiente, sustentabilidade e preocupação social. Especialistas indicam que a origem do termo veio dos economistas britânicos David W. Pearce e R. Kerry Turner, no final da década de 1980.
A ideia era criar um modelo que pudesse se contrapor à economia linear, que tem foco apenas na produção de um objeto e no seu consumo. A economia circular vem trazer a ideia de que da criação de um objeto até o seu descarte – ou reúso – existe um ciclo que não pode ser ignorado.
Assim, os economistas propuseram um modelo mais inspirado em ecossistemas da natureza, como a própria cadeia alimentar, que se abastece em um ciclo natural. A ideia deles foi trazer essa lógica para introduzir a reciclagem, reúso e pensamento amplo para a cadeia produtiva das indústrias, comércios e toda a sociedade.
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Enquanto em um sistema tradicional o extrativismo é a base para a construção de novas tecnologias e objetos, com consumo desenfreado de recursos naturais, na economia circular a ideia é que a reutilização possa poupar o planeta. Se uma indústria recuperar parte do material que seus consumidores iriam descartar, não terá necessidade da mesma demanda de matéria-prima.
Por exemplo: uma indústria automobilística que tiver uma logística reversa de peças pode recuperar parte do cobre utilizado em um equipamento antigo e, após tratar o material, utilizá-lo em carros novos. Isso poupa recursos econômicos da própria fábrica, além de impedir que mais metal precise ser extraído de reservas ao redor do mundo. Ainda evita o descarte de mais lixo em locais inapropriados, como aterros sanitários e lixões a céu aberto, por exemplo.
Assim, cada resíduo que seria descartado pode se tornar matéria-prima para um novo objeto, seja na indústria que o recuperou, seja vendendo para outras empresas de diferentes setores.
Um dos principais desafios para aumentar o alcance do modelo da economia circular é a sensibilização dos tomadores de decisão no poder público e privado. Isso porque para que o sistema funcione é preciso que diferentes elos estejam engajados. Afinal, um ciclo precisa unir diferentes etapas.
O início desse ciclo precisa também começar antes mesmo da produção de um objeto. O planejamento é a base da economia circular, já que o produto precisa ser pensado para o consumo, mas também para o retorno às indústrias ou reciclagens.
Segundo o portal do Movimento Circular, iniciativa que reúne diferentes setores de empresa, instituições e pessoas físicas em torno da divulgação da economia circular, uma das principais regras para que os resíduos possam se tornar novos recursos é evitar a contaminação entre dois ciclos.
Essas duas etapas são:
Inclui os materiais feitos a partir de recursos não renováveis. Entre eles estão o metal, o plástico, a cerâmica, o vidro e outros novos materiais. São recursos economicamente valiosos e não devem ser encarados como lixo. Por isso, o ideal é mantê-los circulando, com reúso na mesma indústria ou em um setor diferente do original.
Para facilitar a reutilização, os produtos precisam ser feitos de forma que todos os seus componentes sirvam a novos usos. Ou seja, eles devem poder ser reusados, remanufaturados ou reciclados.
O ciclo biológico, como o nome sugere, usa materiais que vêm da natureza. Eles podem ser descartados após o uso, pois podem ser decompostos pela ação de microrganismos. É o caso dos restos de alimentos compostados, em espaços públicos ou mesmo de forma doméstica, e que viram nutriente para o solo.
Outros produtos também podem fazer parte desse ciclo. Hoje já existem cosméticos e produtos de limpeza produzidos com ingredientes naturais, por exemplo, que também podem voltar para a natureza sem contaminá-la.
Uma dica valiosa é separar o lixo para evitar a contaminação entre o ciclo biológico e o ciclo técnico, além de procurar pontos corretos para cada produto que deseja descartar.
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