Entenda o que é inflação e como ela pode afetar o bolso
Saiba o que é inflação na economia e como ela pode afetar a vida financeira e o poder de compra das pessoas.
Autora: Fabiana Ramos
Publicado em: 30 de março de 2023
A inflação é um fenômeno econômico impactante e complexo, que afeta a vida das pessoas e das empresas. Mas o que é inflação? De forma simples, é o aumento persistente e generalizado dos preços de bens e serviços em uma economia. Esse aumento de preços pode ser causado por diversos fatores, como aumento na demanda por bens e serviços, aumento de custos de produção, desvalorização da moeda, entre outros.
Ela afeta aspectos como distribuição de renda, atividade econômica, poder de compra das pessoas, entre outros. Diante disso, é fundamental entender o que é inflação, as causas e efeitos e as políticas que os governos adotam para controlá-la. Neste texto, vamos explorar esses temas e buscar um melhor entendimento sobre a inflação e seus impactos econômicos.
O que é inflação?
A inflação é um fenômeno econômico que se caracteriza pelo aumento dos preços de bens e serviços. Isso significa que os preços de quase todos os produtos e serviços começam a subir ao mesmo tempo.
Ela funciona como uma espécie de bola de neve: quanto mais os preços sobem, mais as pessoas e empresas têm de gastar para comprar o mesmo volume de bens e serviços, o que leva a mais aumento de preços. Esse ciclo pode se tornar uma espiral inflacionária, em que a inflação fica fora de controle e os preços aumentam exponencialmente.
Quais são as principais causas da inflação?
As causas da inflação são diversas e complexas, e podem variar de acordo com as características específicas da economia de cada país. Algumas das principais causas incluem:
• aumento da demanda: se a demanda por bens e serviços aumenta muito rapidamente e a oferta não consegue acompanhar, os preços podem subir.
• aumento de custos de produção: o aumento dos preços de matéria-prima, mão de obra ou impostos pode levar ao aumento dos preços dos bens e serviços.
• desvalorização da moeda: quando a moeda de um país perde valor em relação a outras moedas, os preços dos bens importados podem aumentar, o que pode levar a um aumento geral dos preços. Por exemplo, se o preço do combustível tem influência do dólar, quando este sobe o litro da gasolina na bomba também aumenta, afetando direta e indiretamente o preço de diversos produtos.
• aumento da oferta monetária: quando o governo coloca mais dinheiro em circulação e essa oferta cresce mais rapidamente que a produção de bens e serviços, pode haver excesso de demanda, o que leva ao aumento dos preços.
• especulação: os preços podem subir devido a expectativas de que eles subirão no futuro, o que pode levar a um aumento da demanda e dos preços em um processo inflacionário.
Esses fatores não atuam de maneira isolada e podem interagir entre si para causar a inflação. Por exemplo, um aumento nos custos de produção pode levar a um aumento dos preços, o que, por sua vez, pode levar a um aumento da demanda. Por isso, é importante entender as causas específicas em cada contexto econômico para adotar políticas adequadas de controle.
Como a inflação é medida?
No Brasil, a inflação é medida principalmente por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA é considerado o indicador oficial da inflação no país e mede a variação de preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras, como alimentos, habitação, transportes, saúde, entre outros.
O cálculo do IPCA é baseado em uma amostra de preços coletados em estabelecimentos comerciais em todo o país, e sua divulgação ocorre mensalmente. Além do IPCA, existem outros índices utilizados no Brasil, como o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC).
O Banco Central do Brasil utiliza o IPCA como referência para o controle da inflação e adota como meta uma taxa de inflação anual estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O objetivo é mantê-la sob controle para garantir a estabilidade econômica e o poder de compra da moeda.
Leia também | Tabela IOF: entenda como o imposto afeta sua vida
Como combater a inflação?
Existem diversas estratégias para combater a inflação, e a escolha da melhor delas depende das características específicas do país em questão. Algumas das principais medidas que podem ser utilizadas para combatê-la são:
política monetária: o Banco Central pode aumentar a taxa de juros para reduzir a demanda por empréstimos e, assim, reduzir a oferta de dinheiro na economia. Isso pode ajudar a controlar a inflação, uma vez que a redução da oferta monetária tende a diminuir a pressão sobre os preços.
política fiscal: o governo pode adotar medidas para reduzir o déficit público e controlar a emissão de moeda, como reduzir gastos ou aumentar impostos.
controle de preços: o governo pode intervir diretamente nos preços de alguns produtos ou serviços para evitar aumentos excessivos, como ocorre em alguns países com o controle de preços de combustíveis e energia elétrica.
regulação de mercados: o governo pode adotar medidas para aumentar a concorrência em determinados setores da economia, como a liberação de importações.
valorização da moeda: o governo pode adotar políticas para valorizar a moeda, como a redução da inflação interna e o aumento da taxa de câmbio. Isso pode reduzir o preço dos bens importados e, assim, conter a inflação.
Em geral, a combinação de várias medidas é a melhor estratégia para combater a inflação e garantir a estabilidade econômica. É importante lembrar que a adoção de políticas de controle pode ter impactos negativos no curto prazo, como o aumento do desemprego e a redução da atividade econômica. No longo prazo, porém, pode trazer benefícios, como a redução da incerteza e o aumento da confiança dos investidores.
A inflação é um fenômeno econômico que afeta diretamente a vida das pessoas, tanto em seu poder aquisitivo quanto em suas expectativas de investimentos e planejamento financeiro. Compreender o que é, como ela funciona e quais são suas principais causas e consequências é fundamental para tomar decisões financeiras mais acertadas e se proteger dos impactos negativos dela.