IPCA 2022: entenda o que significa e para que serve esse índice
O ano que passou vai ficar para a história quando se tratar de inflação. Confira quais são as previsões para o IPCA 2022.
Publicado em: 27 de janeiro de 2022.
Ouvimos todos os dias no noticiário que a vida tem se tornado mais difícil e mais cara por conta da inflação. Alimentos, combustível, aluguel, automóveis… Os preços sobem em ritmo acelerado e a previsão para o IPCA 2022 continua ultrapassando o teto da meta estabelecida pelo Banco Central.
Não entendeu nada do que eu disse? Calma! Neste artigo, vou te explicar de forma bem detalhada todos esses conceitos para que você entenda tudo (ou quase tudo) de economia sem precisar ser um expert no assunto. Vamos lá?
IPCA 2022 – O que significam essas letrinhas?
A sigla IPCA significa Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo e é o indicador oficial da inflação no Brasil.
A inflação, por sua vez, representa um aumento generalizado nos preços dos bens e produtos que são ofertados no mercado em geral. Como consequência, nesse cenário o dinheiro do consumidor é desvalorizado e o poder de compra da população diminui.
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Vamos a um exemplo. Em 2012 você ia a um supermercado com uma nota de R$ 100 e saía de lá com um carrinho cheio de compras. Hoje, com os mesmos R$ 100, talvez você não consiga encher nem duas sacolas.
Note que o dinheiro é o mesmo, a mesma nota de R$ 100, mas, por causa da inflação, ele foi desvalorizado, e você não consegue mais comprar a mesma quantidade de produtos que há 10 anos.
Essa elevação de preços é medida com frequência e tem como base uma cesta de produtos. Entre eles, há itens como alimentação, habitação, vestuário, transportes, saúde, educação, cuidados pessoais e outros.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é o órgão responsável por apontar a variação média de preços de todos esses produtos dentro de um determinado período, nas principais metrópoles de todas as regiões do país.
IPCA e INPC: qual é a diferença?
Já vimos que o IPCA é o índice oficial que mede a inflação no país. Vale dizer, também, que ele analisa o custo de vida médio de famílias com renda mensal entre um e 40 salários mínimos.
Mas, apesar de ser o índice oficial, ele não é o único que existe para medir a inflação. Na verdade, os índices funcionam como um termômetro para a economia.
Sendo assim, além dele, temos também o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), o IPC (Índice de Preço ao Consumidor), o INCC (Índice Nacional de Preços da Construção Civil) e muitos outros.
Apesar de todos esses índices terem a finalidade de acompanhar a variação de preços, cada um deles tem um objetivo diferente.
O índice que mais se assemelha ao IPCA é o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Porám, o INPC é utilizado para medir a inflação para famílias com renda mais baixa (de um a cinco salários mínimos mensais), mais sensíveis à variação de preços.
A diferença está no termo “amplo”, pois o IPCA engloba uma parcela maior da população. E, por ser considerado o índice oficial, é ele que serve de referência para as metas da inflação e para as alterações das taxas de juros.
Metas de inflação
O Brasil é um dos muitos países do mundo que possuem uma meta de inflação. Ela foi instituída em 1999 e todos os anos ela passa por uma revisão para se adequar às condições políticas e econômicas do momento e ao cenário mundial.
Como parte da política monetária, a meta define uma faixa de inflação que deve ser atingida em um determinado ano, forçando os governos a tomar medidas que garantam uma inflação dentro desse limite.
Para isso, existe o centro da meta, que atualmente está em 3,5% ao ano, e um intervalo de tolerância de 1,5 pontos percentuais, ou seja, a inflação pode chegar a 5% ao ano (e aí dizemos que ela está no teto da meta) ou descer a 2% ao ano (atingindo o piso da meta).
E é justamente pensando na meta de inflação que o Banco Central altera a taxa Selic, que é considerada a taxa básica de juros da economia brasileira. Essas decisões ocorrem a cada 45 dias nas reuniões do COPOM (Comitê de Política Monetária), que é um órgão formado pelo presidente do Banco Central e seus diretores.
Taxa Selic
Como foi dito, é o COPOM quem estabelece o valor dos juros básicos do país, a taxa Selic.
A Selic influencia todos os créditos concedidos no país, uma vez que bancos e outras instituições financeiras a tomam por base para definirem suas próprias taxas de juros ao conceder empréstimos e financiamentos aos seus clientes, assim como para definir a remuneração em relação às aplicações financeiras oferecidas.
Então, quanto mais alta for a taxa Selic, mais caro é para o consumidor realizar qualquer tipo de financiamento ou empréstimo. E com um crédito mais caro, menos o consumidor vai consumir. Com um consumo menor, a economia tende a retrair, forçando uma queda no preço dos bens e serviços, como forma de incentivo ao retorno do consumo.
Por outro lado, uma Selic mais baixa tende a estimular a economia, já que os juros de empréstimos e financiamentos também estão mais baixos, fazendo com que as pessoas passem a consumir mais.
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IPCA 2022 x Taxa Selic
E é dessa maneira que a taxa Selic e o IPCA estão correlacionados.
Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada foi de 10,06%. A previsão do Boletim Focus (um relatório do Banco Central contendo diversos indicadores de projeções econômicas) de 14/01/2022 é de que o IPCA atinja o patamar de 5,09% (ainda acima do teto da meta).
E para que isso ocorra, a taxa Selic precisa continuar subindo, a fim de conter a inflação.
Apesar de ser ruim para o consumidor final, principalmente para os que têm renda menor, a alta da Selic favorece o investidor, já que a remuneração de suas aplicações financeiras em renda fixa se torna mais atrativa.
Porém, é como ganhar e não levar. Por um lado, ganha-se com a rentabilidade dos investimentos (para os poucos que podem e conseguem investir algum dinheiro); por outro, o dinheiro perde constantemente o seu valor por conta da inflação.
No fim, é torcer para que a economia se estabilize e volte a crescer, para o bem de toda a população.
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