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Open Banking: o que é e como funciona esse sistema financeiro

A abertura dos dados financeiros e pessoais dos clientes faz parte do Open Banking. Confira as vantagens.

homem encostado na parede mexendo no celular

Atualizado em: 31 de julho de 2023.

Autora: Harissa Nascimento


O Open Banking é um sistema financeiro que promete dar mais autonomia aos usuários e mais oferta de produtos e serviços bancários. 

Reunimos neste conteúdo todas as funcionalidades desse modelo, as vantagens e como ele pode modificar a vida financeira dos clientes de bancos e outras instituições.

O que é Open Banking?

Em tradução literal, Open Banking significa banco aberto, ou sistema financeiro aberto. Esse sistema tem como objetivo permitir o compartilhamento de dados para as instituições financeiras para ampliar a oferta de opções e pacotes de serviços ou produtos bancários.

Todas as instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central passam a ter uma espécie de camada de tecnologia padronizada, facilitando e simplificando a comunicação entre as diferentes instituições.

Essa tecnologia é conhecida como API (Application Programming Interface), que em português significa Interface de Programação de Aplicativos. APIs são os padrões de programação de aplicativos, sites ou qualquer outra plataforma na internet. Dessa forma, quando o cliente quiser, poderá pedir que o banco compartilhe informações com outras instituições.

Assista | Open Banking: O que é? O que muda na sua vida?


Como o Open Banking funciona na prática

Imagine que durante 20 anos uma pessoa manteve uma conta bancária no banco A e por ela fazia todas as movimentações financeiras, pagava contas, fazia investimentos e obtinha crédito, sem nunca atrasar um único pagamento. Um cliente e tanto, certo?

Um dia esse cliente precisou trocar de instituição financeira, mas ao migrar para o banco B este não tinha conhecimento do histórico de movimentações. Assim, todas as vantagens e benefícios que a pessoa conquistou ao longo de duas décadas simplesmente não existiam mais.

Com o Open Banking esse tipo de situação não ocorre mais. Com esse sistema existe a facilidade de portabilidade entre as instituições participantes.

Assim, ao mudar de banco, o relacionamento que a pessoa tinha anteriormente é levado com ela. A nova instituição poderá com isso oferecer serviços e produtos que mais se adéquam ao seu perfil de forma simples e sem burocracia.

Alguns países, como Austrália e Índia, também estão implantando o sistema, quase que simultaneamente ao Brasil. O Reino Unido foi o pioneiro e utiliza o programa desde 2018. Estados Unidos, Rússia e Canadá estão analisando formas de implantar o Open Banking em seus sistemas financeiros.

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O consentimento no compartilhamento de dados é requisito essencial no Open Banking

O objetivo do Open Banking é oferecer maior concorrência, transparência e eficiência para oferecer serviços e produtos financeiros aos clientes. No entanto, os dados só poderão ser compartilhados se e quando o cliente autorizar. Isso será feito por meio das APIs, que serão comuns às instituições participantes.

Com isso, a política de oferta de crédito e outros serviços será mais adequada ao perfil e segmento de usuário. Também será mais fácil comparar as opções desses serviços e produtos, por exemplo.

Confira abaixo alguns tipos de dados que poderão ser compartilhados, sempre com o consentimento da pessoa:

  • ●     Dados pessoais: nome, CPF, CNPJ, telefone, endereço etc.
  • ●     Dados transacionais: informações sobre renda, faturamento (no caso de empresas), perfil de consumo, capacidade de compra, conta corrente etc.
  • ●     Dados sobre produtos e serviços utilizados: empréstimo pessoal, financiamento etc.

 

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Quais as vantagens do Open Banking?

O princípio básico do Open Banking é que os dados do consumidor são de propriedade dele, e não do banco. Isso facilitaria muito a vida do cliente.

Retomando o exemplo inicial, na conta do banco A estão todas as suas informações financeiras, histórico de transações e, claro, se é ou não um bom pagador.

Caso a pessoa queira pedir um empréstimo no banco B, com o qual ainda não tem relação. Nesse caso o procedimento poderá ser mais burocrático, e o empréstimo mais difícil de ser aprovado. 

A grande vantagem do Open Banking está justamente aí: como o cliente será o detentor de suas informações e decidirá com quais instituições quer compartilhá-las, será mais fácil e simples saber qual delas oferece o melhor serviço ou produto que procura. Isso vale não só para empréstimos, mas para diversos produtos e serviços bancários.

Confira, a seguir, outras vantagens do Open Banking:

Autonomia e transparência

Como a premissa do Open Banking é o compartilhamento de informações, ao mudar de banco ou buscar um serviço em outra instituição financeira, o cliente poderá compartilhar dados. Com isso, as informações não se perdem e pelo menos parte do histórico vai junto.

Diminuição de custos

Outro ponto-chave do Open Banking é a API aberta, que possibilita a redução de custos e intermediários nas operações, tornando os processos mais ágeis e baratos.

Maior competitividade

O consumidor poderá ter mais opções de produtos e serviços, uma vez que as barreiras entre instituições que participam do sistema serão menores, o que poderá aumentar a competitividade entre elas para conquistar o cliente.

Proteção de dados

As regras para impedir o mau uso das informações dos clientes é uma das principais características do Open Banking, que deve ter regras e leis claras para proteger o sistema.

Além disso, a possibilidade de cortar o acesso aos dados também deve ser simples para o cliente quando ele não quiser mais compartilhar informações para utilizar os serviços de uma instituição.

"Montar o próprio banco"

Como falamos, com o Open Banking a pessoa terá o controle de suas informações bancárias e poderá decidir quando e com qual instituição quer compartilhá-las. O cliente não ficará preso a um único banco, quase como se pudesse montar “seu próprio banco”.

É possível, por exemplo:

  • ●     fazer um empréstimo no banco A, que tem taxas menores;
  • ●     fazer investimentos na instituição B, que tem melhores condições;
  • ●     ter um cartão de crédito na Fintech C, que não cobra anuidade.

 

Essa vantagem vai priorizar a experiência do usuário e aumentar a concorrência entre as instituições participantes.

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Qual a diferença entre Open Banking e Open Finance?

Ao pesquisar sobre Open Banking na internet, os consumidores podem se deparar com outro termo: Open Finance. Por isso, vamos explicar a diferença (e a semelhança) entre eles.

O conceito de Open Finance é uma extensão do Open Banking. Enquanto o Open Banking se concentra especificamente no compartilhamento de dados e informações relacionadas a contas bancárias, o Open Finance vai além e inclui outras áreas do setor financeiro, como investimentos, seguros, pensões e outros produtos e serviços financeiros.

Com o Open Finance, a ideia é permitir que os consumidores tenham acesso e controle sobre uma gama mais ampla de informações financeiras, incluindo investimentos, apólices de seguro, planos de aposentadoria, entre outros. Isso permitiria que os usuários visualizassem todas as suas informações financeiras em um único local ou aplicativo, independentemente da instituição financeira que fornece o produto ou serviço.

Por isso, de modo geral, o Open Finance é uma expansão do conceito de Open Banking, buscando maior integração e transparência em todo o setor financeiro, além de abrir acesso a uma variedade mais ampla de produtos e serviços financeiros para os consumidores. 

Enquanto o Open Banking já foi implementado, o Open Finance já está sendo implementado aos poucos no Brasil com a adesão de algumas instituições.

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