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Quanto paga de imposto quem ganha R$ 5.000?

Publicado em: 19 de março de 2025

Categoria Educação financeiraTempo de leitura: 19 minutos

Texto de: Time Serasa

Imposto de Renda 2025 - Restituição Imposto de Renda

Se você recebe um salário bruto de R$ 5.000 por mês, já deve ter notado o desconto de Imposto de Renda (IR) em seu contracheque. Atualmente, quem ganha esse valor tem uma tributação significativa, mas isso pode mudar com a proposta de ampliação da faixa de isenção, apresentada pelo Governo Federal em 18 de março de 2025.

Esta proposta ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional e, caso receba o aval dos parlamentares, só entrará em vigor a partir de 2026, não afetando a declaração do IR em 2025 (referente ao ano-calendário 2024).

Entender como funciona o cálculo do IR é fundamental para quem quer organizar melhor suas finanças, prever gastos futuros e até mesmo encontrar oportunidades para reduzir a mordida do Leão. Afinal, ninguém gosta de pagar mais impostos do que o necessário, certo?

Assista | Erros mais comuns na declaração do Imposto de Renda - Serasa Ensina

Quanto é o Imposto de Renda para quem ganha R$ 5.000?

Quem recebe um salário bruto de R$ 5.000 por mês está sujeito à tributação do Imposto de Renda pela tabela progressiva atual. Vamos analisar quanto será pago em impostos considerando o ano-base de 2024:

Cálculo do IR com base na tabela atual (2024)

Para calcular o Imposto de Renda sobre um salário de R$ 5.000, devemos primeiro deduzir o valor da contribuição ao INSS. O INSS segue uma tabela progressiva, e para um salário de R$ 5.000, o cálculo é feito da seguinte forma:

  • Passo 1: Cálculo da contribuição ao INSS
  • 
  • ●     Faixa 1: 7,5% sobre R$ 1.518,00 = R$ 113,85
  • ●     Faixa 2: 9% sobre (R$ 2.793,88 - R$ 1.518,01) = R$ 114,83
  • ●     Faixa 3: 12% sobre (R$ 4.190,83 - R$ 2.793,89) = R$ 167,63
  • ●     Faixa 4: 14% sobre (R$ 5.000,00 - R$ 4.190,84) = R$ 113,28
  • Total da contribuição ao INSS: R$ 509,59

  • Passo 2: Cálculo da base para o IR

  • ●     Salário bruto: R$ 5.000
  • ●     Contribuição para o INSS: R$ 509,59
  • ●     Base de cálculo para o IR: R$ 4.490,41


Passo 3: Aplicação da tabela progressiva do IR

Sobre essa base de cálculo de R$ 4.490,41, aplicamos a tabela progressiva do IR vigente em 2024:

  1. Parcela até R$ 2.259,20: isenta (0%)

  2. Parcela de R$ 2.259,21 até R$ 2.828,65 (R$ 569,44): alíquota de 7,5% = R$ 42,71

  3. Parcela de R$ 2.828,66 até R$ 3.751,05 (R$ 922,39): alíquota de 15% = R$ 138,36

  4. Parcela de R$ 3.751,06 até R$ 4.490,41 (R$ 739,35): alíquota de 22,5% = R$ 166,35

Somando os valores de cada faixa: R$ 42,71 + R$ 138,36 + R$ 166,35 = R$ 347,42


Passo 4: Dedução da parcela a diminuir

Do valor calculado acima, devemos subtrair a parcela a deduzir da tabela, que para a faixa de 22,5% é R$ 662,77:

R$ 347,42 - R$ 662,77 = -R$ 315,35


  • Como o resultado é negativo, aplicamos a dedução simplificada:

Passo 5: Aplicação da dedução simplificada

Base de cálculo após desconto simplificado: R$ 4.490,41 - R$ 564,80 = R$ 3.925,61

Aplicando novamente a tabela progressiva:

  1. Parcela até R$ 2.259,20: isenta (0%)

  2. Parcela de R$ 2.259,21 até R$ 2.828,65 (R$ 569,44): 7,5% = R$ 42,71

  3. Parcela de R$ 2.828,66 até R$ 3.751,05 (R$ 922,39): 15% = R$ 138,36

  4. Parcela de R$ 3.751,06 até R$ 3.925,61 (R$ 174,55): 22,5% = R$ 39,27

Imposto devido: R$ 42,71 + R$ 138,36 + R$ 39,27 = R$ 220,34 por mês, ou aproximadamente R$ 2.864,42 por ano (considerando 13 salários).

Impacto real no salário líquido

  • Na prática, um trabalhador com salário de R$ 5.000 recebe mensalmente:

  • ●     Salário bruto: R$ 5.000
  • ●     Desconto do INSS: R$ 509,59
  • ●     Desconto do IR: R$ 220,34
  • ●     Salário líquido: R$ 4.270,07

  • Isso significa que aproximadamente 14,6% do salário bruto é destinado a impostos diretos (INSS + IR).

Como funciona o cálculo do Imposto de Renda sobre salário?

O Imposto de Renda sobre salários segue um sistema progressivo, o que significa que as alíquotas aumentam conforme a renda sobe. Esse é um conceito importante para entender, pois muitas pessoas acreditam erroneamente que, ao subir de faixa, todo o salário será tributado pela alíquota mais alta.

Entendendo a tabela progressiva

O cálculo é feito por faixas de renda, com alíquotas diferentes para cada uma delas. Para um salário, o processo é:

  1. Subtrai-se a contribuição previdenciária (INSS), que também é progressiva;

  2. A renda resultante é dividida em faixas conforme a tabela do IR;

  3. Cada faixa é tributada conforme sua alíquota específica;

  4. Os valores de cada faixa são somados para obter o imposto bruto;

  5. Subtrai-se a parcela a deduzir correspondente à faixa final.

Retenção na fonte vs. valor devido na declaração

  • É importante entender que o valor retido mensalmente na folha de pagamento é apenas uma antecipação do imposto. Ao fazer a declaração anual, o contribuinte pode:

  • ●     Receber restituição, se o valor retido na fonte for maior que o devido;
  • ●     Pagar a diferença, se o valor retido for menor que o devido;
  • ●     Não precisar pagar nem receber nada, se os valores forem equivalentes.

Faixas de isenção e alíquotas do Imposto de Renda

A tabela do Imposto de Renda atual (2024), que será utilizada para a declaração em 2025, apresenta as seguintes faixas e alíquotas:

Tabela progressiva do IR atual (2024)

Faixas do IR Base de cálculo Alíquota Parcela a deduzir do IR
1 até R$ 2.259,20 zerozero
2 de R$ 2.259,21 até R$ 2.828,65 7,5% R$ 169,44
3 de R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 15% R$ 381,44
4 de R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 22,5%R$ 662,77
5acima de R$ 4.664,68 27,5%R$ 896,00

Para investidores, vale lembrar que existem opções de investimentos que não pagam Imposto de Renda, como LCI, LCA e alguns fundos imobiliários, tornando-os alternativas interessantes em um planejamento tributário.

A nova proposta de isenção para quem ganha até R$ 5.000

Em março de 2025, o governo federal enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei propondo a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 mensais a partir de 2026. É importante ressaltar que esta é uma proposta que ainda precisa ser aprovada pelo Congresso e não afeta a declaração de IR em 2025 (ano-calendário 2024).

O que muda com a nova regra?

  • Se aprovada, a medida trará uma mudança significativa para quem ganha R$ 5.000 por mês:

  • ●     Cenário atual: paga aproximadamente R$ 220,34 de IR mensalmente;
  • ●     Cenário após a isenção: ficará totalmente isento de IR.

  • Isso representa uma economia anual de aproximadamente R$ 2.864,42, considerando 13 salários.

Faixas de transição e impacto gradual

  • A proposta também prevê uma transição para rendas entre R$ 5.000 e R$ 7.000:

  • ●     Quem recebe até R$ 5.000: isenção total;
  • ●     Quem recebe R$ 5.500: redução de 75% no imposto;
  • ●     Quem recebe R$ 6.000: redução de 50% no imposto;
  • ●     Quem recebe R$ 6.500: redução de 25% no imposto;
  • ●     Quem recebe acima de R$ 7.000: mantém as alíquotas atuais.

Impacto populacional da reforma tributária

  • A ampliação da faixa de isenção terá um impacto significativo na população brasileira:

  • ●     20 milhões de brasileiros estarão completamente isentos após a mudança (10 milhões de novos beneficiados, somados aos 10 milhões que já foram beneficiados em 2023 e 2024);
  • ●     Mais de 65% dos declarantes do Imposto de Renda não pagarão nada;
  • ●     9 em cada 10 brasileiros que pagam Imposto de Renda terão isenção total ou parcial;
  • ●     Apenas 141,4 mil pessoas (0,13% dos contribuintes ou 0,06% da população brasileira) serão afetadas pela tributação mínima para altas rendas.

Comparativo antes e depois da reforma

Veja como ficará o imposto a pagar para diferentes faixas salariais após a implementação da reforma:

Renda mensal Pagava antes da reforma Pagará a partir de 2026 Economia mensal
Até R$ 5.000 R$ 312,00 R$ 0 R$ 312,00
R$ 5.500R$ 436,76 R$ 203,13 R$ 233,63
R$ 6.000R$ 574,29R$ 417,85 R$ 156,44
R$ 6.500 R$ 711,79 R$ 633,57 R$ 78,22
R$ 7.000 R$ 849,29 R$ 849,29 R$ 0

Benefícios econômicos esperados

  • A ampliação da faixa de isenção do IR deve gerar diversos efeitos positivos na economia:

  • ●     Aumento do poder de compra: Com mais dinheiro no bolso, os trabalhadores poderão consumir mais bens e serviços
  • ●     Estímulo ao comércio local: O aumento do consumo beneficia diretamente o comércio e serviços
  • ●     Geração de empregos: Com maior atividade econômica, novos postos de trabalho tendem a ser criados
  • ●     Crescimento econômico mais inclusivo: A medida beneficia principalmente a classe média, ampliando a base de consumo da economia
  • ●     Compensação para estados e municípios: Embora haja redução na retenção de IR na fonte, o aumento do consumo deve elevar a arrecadação de ICMS (estados) e ISS (municípios)


Como reduzir o imposto devido com deduções permitidas

Mesmo antes da potencial isenção, existem formas legais de reduzir o valor pago em Imposto de Renda através de deduções permitidas pela legislação.

Principais deduções permitidas por lei

  1. Dependentes: dedução de R$ 189,59 mensais por dependente (valor atual em 2024);

  2. Despesas médicas: dedução integral para gastos com saúde;

  3. Despesas com educação: limite anual por dependente;

  4. Previdência privada PGBL: valores podem ser deduzidos até o limite de 12% da renda tributável anual;

  5. Pensão alimentícia: quando determinada por decisão judicial;

  6. Doações incentivadas: para fundos e projetos específicos.

Exemplos práticos de economia

  • Para ilustrar, vamos considerar um profissional que ganha R$ 5.000 mensais:

  • ●     Sem deduções: IR mensal de aproximadamente R$ 220,34;
  • ●     Com um dependente: economia de aproximadamente R$ 42,66 mensais;
  • ●     Com plano de previdência PGBL de R$ 500/mês: economia de aproximadamente R$ 112,50 mensais.

  • Combinando estratégias de dedução, o imposto mensal poderia cair significativamente, uma redução que faz diferença no orçamento familiar ao longo do ano.

Declaração simplificada ou completa: qual a melhor opção?

Na hora de declarar o Imposto de Renda, o contribuinte pode optar pelo modelo simplificado ou completo. A escolha depende de diversos fatores e pode influenciar diretamente no valor a pagar ou a restituir.

Vantagens da declaração simplificada

  • ●     Desconto padrão de 20% sobre os rendimentos tributáveis, limitado a um teto anual;
  • ●     Processo mais simples, sem necessidade de comprovar despesas;
  • ●     Ideal para quem tem poucas despesas dedutíveis.

Quando optar pela declaração completa

  • ●     Quando o total de deduções supera o desconto padrão da simplificada;
  • ●     Quando há muitas despesas médicas, educacionais ou dependentes;
  • ●     Para contribuintes com previdência privada PGBL.

Passo a passo para declarar o Imposto de Renda corretamente

Declarar o Imposto de Renda pode parecer complicado, mas seguindo um passo a passo organizado, o processo se torna mais simples.

Preparação de documentos

  • Antes de iniciar a declaração, reúna:

  • ●     Informe de rendimentos fornecido pelo empregador;
  • ●     Informes de instituições financeiras;
  • ●     Recibos e comprovantes de despesas dedutíveis;
  • ●     Dados completos de dependentes (CPF obrigatório);
  • ●     Documentação de bens e direitos (imóveis, veículos, investimentos);
  • ●     Extrato do Imposto de Renda, que facilita o acesso a informações de declarações anteriores;
  • ●     Documentação de empréstimos, já que em muitos casos o empréstimo entra no Imposto de Renda e precisa ser declarado corretamente.

Utilizando o programa da Receita Federal

  1. Baixe o programa oficial da Receita Federal ou acesse a versão online;

  2. Preencha seus dados pessoais e de dependentes;

  3. Informe rendimentos (tributáveis, isentos e de tributação exclusiva);

  4. Registre despesas dedutíveis;

  5. Declare bens, direitos e dívidas;

  6. Verifique pendências no programa;

  7. Faça a conferência final;

  8. Envie a declaração e guarde o recibo.

Prazos e multas por atraso

  • O prazo para entrega da declaração geralmente vai de março a abril (às vezes maio) de cada ano. O atraso implica em:

  • ●     Multa mínima de R$ 165,74;
  • ●     Multa de 1% ao mês sobre o imposto devido, limitada a 20%;
  • ●     Impossibilidade de utilizar programas de refinanciamento de dívidas;
  • ●     Restrições para obtenção de empréstimos em instituições públicas.

O que acontece se não declarar ou pagar o imposto devido

Não cumprir as obrigações relacionadas ao Imposto de Renda pode trazer sérias consequências para o contribuinte.

Penalidades por não declarar

  • ●     Inclusão no cadastro de pendências fiscais;
  • ●     Impossibilidade de obter certidões negativas de débitos;
  • ●     Dificuldades para financiamentos e transações que exijam comprovação fiscal;
  • ●     Risco de fiscalização e autuação pela Receita Federal.

Consequências do não pagamento

  • ●     Inclusão na Dívida Ativa da União;
  • ●     Cobrança judicial do valor devido, acrescido de juros e multas;
  • ●     Possibilidade de bloqueio de contas bancárias e penhora de bens;
  • ●     Em casos extremos, caracterização de crime de sonegação fiscal.

Como regularizar sua situação

  • Para quem está em situação irregular:

  • ●     Faça a declaração em atraso o quanto antes;
  • ●     Pague as multas por atraso na entrega;
  • ●     Verifique a possibilidade de parcelamento do imposto devido;
  • ●     Em caso de dificuldades financeiras, consulte um especialista em direito tributário.

Organize suas finanças para evitar surpresas com o IR

Planejar-se financeiramente é essencial para evitar sustos na hora de pagar o Imposto de Renda. Saiba como organizar as despesas e mantenha sua vida fiscal em dia.

Dúvidas frequentes sobre Imposto de Renda para quem ganha R$ 5.000 - FAQ

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