Reserva de emergência: como fazer a sua e se preparar para imprevistos?
Saiba como fazer uma reserva de emergência e entenda como esse dinheiro pode te ajudar a lidar com imprevistos financeiros.
Publicado em: 01 de dezembro de 2021.
De uma coisa você pode ter certeza: imprevistos na vida financeira vão acontecer a qualquer momento e com qualquer pessoa, inclusive comigo e com você. Em momentos assim, ter uma reserva de emergência pode trazer um grande alívio.
Situações inesperadas chegam, como o nome já diz, “do nada”, e sem ninguém perceber.
Com certeza ninguém previu a pandemia do coronavírus que parou todos os países e seguramente você conhece pessoas que passaram bastante perrengue durante o lockdown (talvez até essa pessoa possa ter sido você), mas também conhece quem atravessou essa fase com mais tranquilidade.
Qual é a diferença entre esses dois grupos de pessoas? Um estava preparado previamente para imprevistos que pudessem vir a acontecer e o outro não. Você pode não saber o que vai ser ou quando um incidente vai acontecer, mas você pode (e deve) estar pronto para quando esse momento chegar.
Como se organizar para os imprevistos na vida financeira?
Você já ouviu falar sobre a reserva de emergência? Sabe de fato para que ela serve e por que é tão importante ter uma?
A reserva de emergência ou reserva de segurança é uma caixinha que você aciona quando “dá ruim”. É uma quantia de dinheiro que você guarda para, como o nome já diz, emergências. Ela funciona como um seguro: o principal objetivo é ter, mas não precisar acionar.
É para a reserva de emergência que você vai recorrer em caso de um acidente, perda de emprego, queda repentina de renda, doença, roubo ou perda de material de trabalho que você precisa repor de imediato, por exemplo, sem precisar pedir um empréstimo e sem prejudicar suas finanças, afinal, você tem um SOS para não se desestruturar.
É ela que possibilita uma vida financeira equilibrada e sem sustos e é esse dinheiro que te deixa dormir mais tranquilo(a), sabendo que, se algo acontecer, você não vai precisar se endividar.
Qual valor guardar para a reserva de emergência?
A reserva de emergência é uma economia que você faz ao longo do tempo e que é capaz de bancar suas despesas mensais durante um determinado período. A escolha desse período vai depender da sua fonte de renda: você é autônomo? Funcionário público? CLT?
Caso você seja funcionário público e tenha um pouco mais de estabilidade profissional, sua reserva de emergência pode ser de aproximadamente três meses dos seus custos mensais. Se trabalha em uma empresa, essa reserva pode ser de seis meses, e, caso você seja autônomo, o ideal é que ela possa cobrir suas despesas pelo período de nove meses a um ano, já que dificilmente você tem o mesmo faturamento todos os meses – podendo acontecer de nem mesmo ter renda.
Essa é só uma das formas de calcular o valor da reserva de emergência, mas você pode juntar a quantia que for mais confortável para você. O importante é tê-la.
Lembre-se de que, quanto mais meses você conseguir cobrir, podendo viver somente com a sua reserva de emergência, caso precise, melhor.
Onde guardar esse dinheiro?
Não, você não vai guardar esse dinheiro no colchão, nem no cofre e nem na carteira! Dinheiro parado é dinheiro perdido. E por quê? Por causa da inflação, que faz o seu dinheiro se desvalorizar, perdendo o seu poder de compra.
É comum vermos encartes antigos de supermercados e ficarmos assustados em ver como os produtos eram mais baratos, certo? O que você comprava cinco anos atrás com R$100 é bem diferente do que você consegue comprar hoje com esse mesmo valor. Esse aumento de preço durante os anos se dá devido à inflação e você pode entender mais sobre ela nesse vídeo.
Então, já que o dinheiro não pode ficar parado, onde colocá-lo? O melhor a fazer com seu dinheiro é aplicá-lo em um produto financeiro. Apesar do nome complicado, não é nada difícil fazer isso. Estas são algumas opções de produtos para deixar sua reserva de emergência:
Tesouro Selic;
Fundos DI Taxa Zero;
CDBs de liquidez diária;
Conta remunerada.
Atenção: apesar de muito popular e muito conhecida, também não coloque seu dinheiro na caderneta de poupança, já que ela rende uma taxa mais baixa que a taxa da inflação. Ou seja, assim como o dinheiro impresso, ela perde valor, o que também afeta o seu poder de compra.
Como começar?
O melhor jeito de estar pronto para qualquer situação é se antecipar a ela. Caso você ainda não tenha uma reserva financeira guardada, comece hoje mesmo a juntar mês a mês um valor que você tenha determinado e que caiba no seu orçamento. O mais importante não é a quantidade em si, mas a constância de sempre juntar alguma quantia. Junte um pouco todo mês até virar um hábito.
Eu sei que você pode estar pensando agora: “eu mal consigo pagar minhas contas, imagina juntar dinheiro para guardar!”, mas lembre-se de que esse é um esforço que você fará agora para ter mais segurança no futuro. Nós não podemos prever o futuro, mas podemos nos preparar para ele no presente.
Corte alguns gastos supérfluos, economize no mercado substituindo algumas marcas, troque passeios pagos por mais idas a um parque público, ou, se realmente não tiver mais de onde tirar do orçamento, procure fazer uma renda extra. Como vimos acima, o valor que você conseguirá juntar é o que menos importa por enquanto.
Após começar a acumular esse montante, abra uma conta em um banco digital com conta remunerada ou em uma corretora, procure um dos produtos financeiros indicados – ou, caso você tenha uma poupança, tire sua reserva de lá – e mãos à obra!
Recapitulando…
O nome “reserva de emergência” já diz, mas não custa lembrar: ela só deve ser usada em emergências e situações inesperadas. Depois de usada para algum imprevisto, ela deve ser reposta o mais breve possível.
Ah: compra de material escolar, aniversário do marido, da esposa, dos amigos, presentes de Natal ou viagem de férias não são imprevistos, já que eles acontecem todos os anos e em um período certo. Nessas situações a reserva de emergência não deve ser usada, ok? Aqui entra o planejamento financeiro, mas esse é um assunto para um próximo dia.