O que é e qual a importância do slow fashion
Saiba o que é slow fashion e por que praticar essa tendência pode ajudar as finanças e o planeta.
Publicado em: 4 de agosto de 2023
Autora: Elaine Ortiz
“Slow fashion” é uma expressão que existe desde o início dos anos 2000 e quer dizer “moda lenta”. O termo surgiu em oposição ao “fast fashion”, que significa “moda rápida”.
Este artigo explica o que exatamente é o slow fashion, como e por que praticar essa tendência, quais as vantagens e seu impacto no meio ambiente e nas finanças.
Saiba também como escolher marcas de slow fashion e colocar esse hábito de consumo em prática no dia a dia, além de outras dicas para quem quer começar a consumir moda de forma mais consciente.
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O que é e como surgiu o termo “slow fashion”
Slow em inglês significa “lento”, “devagar”, “calmo”, “tranquilo”. A palavra passou a ser valorizada para contrapor um comportamento social que ganhou força com o avanço da tecnologia, muito ligado à velocidade, produtividade, frenesi e agitação.
Nos anos 2000, com as pessoas conhecendo as possibilidades da internet, as redes sociais e as novas formas de se comunicar, consumindo notícias em tempo real (e se tornando porta-vozes também do que acontece no mundo), passou a ter mais valor tudo que fosse rápido, veloz, de fácil consumo.
Isso se refletiu na moda, com o crescimento de marcas e lojas que produzem em massa, com preços baixos, peças de menor qualidade, para um amplo público. Hoje o extremo disso é o “ultra fast fashion”, alavancado pelo surgimento de empresas online asiáticas e americanas como Shein, Shopee e AliExpress.
Então, em 2004, em Londres, a escritora de moda Angela Murrills, da revista de notícias online Georgia Straightu, começou a usar o termo “slow fashion” inspirada no conceito de “slow food”, ou “comida lenta”.
O slow food surgiu na Itália nos anos 1990 com o objetivo de promover maior apreciação da comida (degustação lenta), melhorar a qualidade das refeições e valorizar o produto, o produtor e o meio ambiente.
Dessa forma, o slow fashion adaptou essa ideia italiana da gastronomia para a moda, priorizando:
- ● produção local, e não global, valorizando o “genuíno” da região;
- ● conectar produtores a consumidores;
- ● a consciência socioambiental, desde a escolha dos tecidos e os processos de fabricação das peças até o descarte;
- ● a prática de preços reais que incorporam custos sociais e ecológicos;
- ● a manutenção de seus processos de produção entre pequena e média escalas;
- ● a qualidade das peças, para que sejam mais duráveis e não descartáveis;
- ● elaboração de peças “além da moda do momento”, mais versáteis e “sem data de validade”;
- ● a ideia de que menos é mais.
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Por que o slow fashion é importante
Para ter clara a importância do slow fashion, é preciso conhecer melhor as características do fast fashion, já que o primeiro surgiu para se contrapor ao segundo.
Assim, na indústria da moda focada no fast fashion:
- ● ocorre fabricação em massa;
- ● o foco é o público amplo e global.
- ● o apelo visual é priorizado em detrimento à qualidade (peças bonitas, “na moda”, porém não necessariamente boas e duráveis);
- ● há ocultação dos impactos ambientais da produção;
- ● o custo é baseado em mão de obra e materiais baratos, sem levar em conta aspectos sociais da produção.
Dessa forma, o slow fashion se mostra relevante na medida em que vai contra essas características, o que faz bem para o meio ambiente, para quem trabalha na produção, para quem consome e para alavancar um consumo consciente e menos impulsivo.
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Como praticar princípios do slow fashion no dia a dia e economizar
Não é necessariamente mais caro comprar roupas de mais qualidade. No fim das contas, como o uso é mais prolongado, investir em peças de slow fashion é mais vantajoso no longo prazo.
Além disso, ao começar a prestar atenção no que compra, em como as peças são produzidas, em como se dá o processo de fabricação, criam-se uma seletividade maior e um cuidado que leva ao consumo consciente, muito diferente do que ocorre quando se compra por impulso.
Confira dicas para começar a praticar o slow fashion agora mesmo:
Limpe e organize o armário, doe ou venda o que não usa mais.
Conserte o que está parado (zíper quebrado, calça rasgada) e use, doe ou venda.
Customize, transforme o que não usa mais em algo novo.
Se não participa de grupos de desapego da região, verifique se existe algum ou comece esse movimento no bairro, condomínio, clube.
Visite mais brechós e menos shoppings.
Opte pelo consumo consciente e compre somente quando necessário.
Procure escolher peças mais versáteis e neutras, que com certeza serão utilizadas em diversas composições e por muito tempo.
Pesquise sobre as marcas e seus processos de produção.
Conheça também os principais tecidos e os impactos que geram ao ambiente. Tecidos reciclados, fibras de celulose artificiais ou obtidas a partir de plantas e linho são melhores para o meio ambiente do que os sintéticos, como poliéster, nylon e acrílico, produzidos a partir de combustíveis fósseis, e até mesmo o algodão, cujo cultivo utiliza muito pesticidas.
Evite também comprar peças com materiais derivados de animais (lã, couro e pele).
Se precisar descartar uma peça, procure postos de coleta. Grandes lojas de fast fashion já fazem ações do tipo, recebendo, triando e doando as que estão em boas condições ou reciclando as que não servem mais para uso.
Para eventos como casamentos, por exemplo, priorize alugar as roupas de festa no lugar de comprá-las. Muitas pessoas não gostam de repetir a roupa em eventos de gala, já que o evento fica registrado em fotos, vídeo. Por isso talvez não compense encher o armário com peças que serão utilizadas uma única vez.
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