Título de capitalização é um bom investimento?
No imenso universo dos produtos de investimento, existe o título de capitalização, amplamente ofertado pelas instituições financeiras. Confira!
Publicado em 20 de setembro de 2022
Provavelmente você já ouviu falar de títulos de capitalização. Se nunca teve um, ao menos já deve ter se deparado com uma proposta de investimento feita pelo gerente do banco.
Neste artigo vamos explicar o que é título de capitalização, se vale a pena investir nele e se existem formas mais rentáveis de aplicar o dinheiro.
O que é um título de capitalização?
“Dinheiro na mão é vendaval”, diz o samba “Pecado capital”, de Paulinho da Viola. Esse é um dos gatilhos mais usados por vendedores de títulos de capitalização para atrair um público que desconhece o produto.
Com a promessa de ser um “investimento” para quem não consegue juntar dinheiro, esse título de crédito surge como uma forma de “economia programada”, oferecendo ao investidor a participação em sorteios diversos (que podem ser semanais, mensais, trimestrais ou semestrais) e com prêmios bastante atrativos.
Como ele funciona?
Vamos entender primeiro como funciona um título de capitalização.
Segundo a SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), órgão do governo responsável pela regularização desse tipo de investimento, a capitalização é composta por pagamentos feitos por quem contrata o título.
Cada pagamento é formado por três partes: cota de capitalização, cota de sorteio e cota de carregamento. Ou seja, parte dos pagamentos é usada para formar um capital, segundo cláusulas e regras aprovadas e mencionadas no próprio título (Condições Gerais do Título), e este será pago em moeda corrente num prazo máximo estabelecido.
O restante dos valores dos pagamentos é usado para custear os sorteios, quase sempre previstos nesse tipo de produto, e as despesas administrativas das sociedades de capitalização.
Isso significa que somente o percentual referente à cota de capitalização é que será destinado à constituição do capital. Em outras palavras: o “investidor” terá direito a resgatar somente parte daquilo que investiu, ou seja, somente a parte referente à cota de capitalização.
A cota de sorteio, como o próprio nome diz, tem como finalidade arcar com o valor da compra dos prêmios distribuídos em cada série.
Por fim, a cota de carregamento serve para cobrir os custos de despesas com corretagem, colocação e administração do título de capitalização, emissão, atendimento ao cliente, desenvolvimento de sistemas, lucro da sociedade de capitalização, ou seja, funciona como uma taxa de administração.
Como são os pagamentos?
- Existem três modalidades de pagamento dos títulos: PM, PP e PU.
- PM: prevê um pagamento a cada mês de vigência do título;
- PP: não há correspondência entre o número de pagamentos e o número de meses de vigência do título;
- PU: é um título em que o pagamento é único (realizado uma única vez), tendo sua vigência estipulada na proposta.
Como escolher um título de capitalização?
Como para todo e qualquer produto de investimento, nunca devemos investir antes de saber muito bem como funciona. Ler o contrato é uma atitude fundamental para não sermos pegos de surpresa. Dito isso, para não haver desentendimentos e tudo fique bem esclarecido, a leitura dos documentos é imprescindível (atenção sobretudo às letras miúdas!).
Assim, sempre exija o documento chamado de “Condições Gerais” quando estiver diante de uma decisão de investimento em títulos de capitalização, até porque os títulos podem divergir muito e se diferenciar entre eles. É importante lembrar que os bancos e suas seguradoras podem criar títulos de capitalização com as mais diversas características e regras.
As “Condições Gerais” tratam dos direitos e deveres estabelecidos pelas normas do contrato. Então, não importa o que o vendedor do título disse ou deixou de dizer. O que vale é o que está escrito. Todos os produtos têm vantagens e desvantagens, e é melhor conhecer os pontos fracos do investimento antes mesmo de contratá-lo.
Caderneta de poupança x título de capitalização
A caderneta de poupança é, sem dúvida, a opção de “investimento” mais conhecida dos brasileiros. Instituída ainda no século XIX e regulamentada pelo Banco Central do Brasil, as cadernetas se popularizaram pela simplicidade.
Normalmente, quem tem dinheiro “sobrando” procura logo o banco e coloca esse dinheiro para ser guardado e rentabilizado. Talvez pela isenção de taxas administrativas, talvez por ser um produto isento do pagamento de Imposto de Renda (IR) ou até mesmo pela facilidade de acesso a ele, a caderneta de poupança se tornou o produto financeiro mais popular do país.
Pois bem: quando se investe R$ 100 na caderneta de poupança, tem-se a certeza de que esse valor poderá ser resgatado a qualquer momento, porém corrigido.
Com o título de capitalização é diferente. Se a pessoa investe R$ 100 em um título de capitalização, não conseguirá resgatar a totalidade do valor investido. Isso porque uma parte desses R$ 100 ficará com a instituição financeira como cota de carregamento (que é a taxa de administração já mencionada) e outra parte será retida como cota de sorteio, como dissemos.
Então, perceba que somente a cota de capitalização é destinada a formar a reserva a ser posteriormente resgatada, ao fim da vigência do título. E mais: somente sobre o valor dessa cota de capitalização é que incidirão os juros e a TR (taxa referencial).
Então, por mais que existam opções mais rentáveis que a caderneta de poupança, esta ainda sai na frente quando a comparamos com os títulos de capitalização.
Outras opções de investimento
A boa notícia é que existem diversas formas de se investir no mercado financeiro. Dependendo do perfil de investimento e da aversão ao risco, podemos citar desde os investimentos bastante seguros (como os títulos do Tesouro, por exemplo) aos mais arriscados, para quem se sente mais à vontade com as oscilações do mercado.
O fato é que hoje os investimentos estão muito mais acessíveis e o investidor iniciante já pode ingressar nesse mundo com quantias a partir de R$ 1.
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