Mulheres renegociam mais dívidas do que os homens, segundo a Serasa
Na hora de manter o nome limpo, as mulheres se mostram mais preocupadas do que o público masculino em todas as idades, regiões e faixas de rend
O Mapa de Renegociação de Dívidas no Brasil, da Serasa, mostra que as mulheres brasileiras negociam mais as dívidas do que os homens. O levantamento aponta que nos oito meses de 2022 as mulheres realizaram 11 milhões de acordos de débitos atrasados. Os homens renegociaram 9 milhões de acordos no mesmo período.
Os números registrados refletem o histórico de negociações, sempre pendentes para o público feminino. Mesmo que representem pouco mais de 51% da população brasileira, as mulheres negociaram, de janeiro a agosto, 55% dos acordos. Os homens responderam por 45%.
Aline Maciel, gerente da plataforma Limpa Nome da Serasa, lembra que os dados de quitação de dívidas e a procura por manter o nome limpo acompanham o espaço que as mulheres vêm ocupando no mercado de trabalho e na liderança familiar. “O senso de responsabilidade com as finanças pessoais e da casa tendem a levar a mulher a buscar as melhores alternativas para manter as dívidas da família sob controle e a saúde das finanças da casa”, observa Aline.
Este foi o caso de Ana Paula Aparecida, 21 anos, que encontrou no aplicativo da Serasa uma possibilidade de transformar sua realidade e melhorar a saúde financeira. "Depois de perder meu emprego e ter um filho, na pandemia de Covid-19, acabei me enrolando nas dívidas. Assim que encontrei uma nova oportunidade para recomeçar no mercado de trabalho, já aproveitei para limpar meu nome pela plataforma", comenta
Destaque de renda: até R$ 2 mil
A faixa de renda das mulheres que mais negociam acordos para quitar suas dívidas e manter o nome limpo é a de até R$ 2 mil. Essa faixa de mulheres de baixa renda
responde por 59% de todas as negociações femininas no ano. As mulheres com renda entre R$ 2 e R$ 5 mil respondem por 33% nas plataformas da Serasa e as de renda superior a R$ 5 mil são responsáveis por somente 7% de todas as negociações no ano. A faixa de renda de maior volume de negociações masculinas é também até R$ 2 mil, responsável por 48%
Destaque faixa etária: 30 a 40 anos
Em relação à faixa etária, o maior percentual de mulheres que negociaram dívidas está entre 30 e 40 anos, idade que representa 31% do total de acordos concluídos por pessoas do sexo feminino. As mulheres mais jovens, com até 25 anos, respondem por 20% das negociações de dívidas em 2022, diz o levantamento. A maior diferença na relação entre mulheres e homens está na faixa de idade acima de 65 anos: mulheres nesta fase da vida negociam 47% a mais do que os homens da mesma idade. “Esta é uma fase na qual há necessidade de manter a vida financeira serena. Não ter dívidas é um fator a mais de segurança para a aposentadoria”, diz Aline
Tipos de dívidas: comunicações
Em relação aos segmentos, o levantamento mostra que o setor de telecomunicações é o líder das negociações femininas. Contas de telefone fixo, celular, internet e wifi respondem por 40% dos acordos fechados. Em seguida vem o segmento de securitizadoras, que são dívidas compradas por empresas especializadas em cobrança: 26% dos acordos femininos. O varejo, em terceiro lugar, responde por 16% apena
Maior diferença: Nordeste e Piauí
No Nordeste se situa a maior desproporção de gênero entre as regiões, sendo as mulheres responsáveis por 57% dos acordos fechados nas plataformas da Serasa ao longo dos oito primeiros meses de 2022. No Centro Oeste, porém, está a maior paridade, com 53% (feminino) a 47% (masculino).
Em relação aos Estados, a maior proporção feminina está no Piauí. Na base de negociações da Serasa daquele Estado, 59% dos acordos foram fechados por mulheres em 2022. Os homens responderam por apenas 41%. Em nenhum Estado brasileiro os homens são maioria, mas no Tocantins os gêneros quase se encontram: 51% dos acordos são feitos por pessoas que se dizem do sexo feminino, e 49% por quem coloca a condição masculina