Composição do endividamento: tipos de dívidas e cuidados

Nossa vida financeira é composta por vários tipos de dívidas. Conheça os principais.

Pessoa calculando dívidas em seu celular

Publicado em: 22 de maio de 2023

Autora: Sara Moreira


Apesar de o termo "composição de endividamento" ser muito voltado a empresas em geral, hoje vamos tomá-lo emprestado para falar com todos os consumidores.

Existem diferentes tipos de dívidas e, portanto, formas de se endividar. Algumas podem até ser necessárias por algum tempo, enquanto outras são feitas por conta do descontrole financeiro na rotina diária.

Por isso, vamos conferir neste conteúdo todos os tipos de dívidas, quando elas são necessárias, quando podem ser uma cilada. Confira também dicas para não se descontrolar com as contas!

Serasa responde: tipos de dívidas

Por que existem "dívidas boas" e "dívidas ruins"?

Antes de falarmos sobre a composição do endividamento, precisamos esclarecer que existem dívidas consideradas boas e ruins. Dívida financeira nada mais é que um compromisso, um valor que precisará ser pago pelo consumo de um bem ou serviço.

Quando chega a conta de água, por exemplo, trata-se de uma dívida "boa", que deverá ser paga até o vencimento em troca de um serviço essencial para a residência. 

Com esse exemplo, fica mais fácil entender as diferenças entre dívidas boas e ruins. Elas se diferem em relação aos objetivos da compra dos produtos ou serviços e, ainda, em relação à capacidade de pagamento – uma dívida boa pode ser tornar ruim quando se perde a capacidade de pagamento da dívida até o vencimento, provocando a inadimplência.  

Dívidas boas – desde que estejam dentro do orçamento mensal para não desequilibrar as finanças – podem ser, por exemplo:

  • ●      empréstimos para abrir um negócio;
  • ●      dívidas para crescimento patrimonial (financiamentos imobiliários, investimentos, por exemplo);
  • ●      construção da reserva de emergência;
  • ●      dívidas de serviços que são pagas em dia (água, gás, eletricidade etc.).

 

Dívidas ruins podem ser, por exemplo:

  • ●      compras parceladas no cartão de crédito de produtos desnecessários;
  • ●      empréstimos com altas taxas de juros, o que aumenta muito o valor total da dívida.

 

O mais importante: a composição do endividamento não pode comprometer mais que 30% da renda mensal.

Composição do endividamento: conheça os tipos de dívidas

De maneira geral, a composição do endividamento de uma pessoa, empresa ou família se dá em vários tipos. Isso significa que um mesmo indivíduo pode ter vários tipos de dívidas a serem quitadas – aliás, isso é até comum.

Por isso, a seguir vamos entender a composição do endividamento, com os principais tipos de dívidas e os pontos de atenção para não ficar inadimplente.

  1. Dívida com cartão de crédito

    O cartão de crédito faz parte da composição do endividamento de muita gente. Aliás, segundo a Pesquisa Endividamento 2022 da Serasa, ele é o principal tipo de dívida de 53% dos entrevistados.

    Trata-se de um tipo de empréstimo pessoal proporcionado pelo banco ou instituição emissora do cartão, em troca do pagamento da fatura até a data de vencimento.

    ●      Quando pode ser uma dívida boa: quando os gastos são controlados, quando as compras têm poucas parcelas e não desequilibra a vida financeira da pessoa. Além disso, pode valer a pena em compras com cashback, que oferecem descontos e retorno financeiro.

    ●      Quando pode ser uma dívida ruim: quando a pessoa faz compras excessivas sem planejamento e não consegue quitar a fatura total e entra na “bola de neve” do crédito rotativo, com altas taxas de juros.


  2. Empréstimo pessoal (com ou sem garantia)

    O empréstimo pessoal pode ser uma opção quando a pessoa precisa de dinheiro rapidamente para várias finalidades. No entanto, é importante tomar cuidado, pois ele pode se tornar uma dívida ruim, principalmente por conta da taxa de juros, que costuma ser alta.

    Nesse caso, uma saída pode ser o empréstimo com garantia (de imóvel ou veículo), pois como a pessoa oferece um bem como garantia em troca do pagamento, o banco diminui as taxas de juros.


  3. Financiamento (imobiliário ou de veículo)

    Os financiamentos são empréstimos para compra de bens, como imóveis e veículos. Eles devem fazer parte da composição do endividamento de uma pessoa depois de muito planejamento financeiro, pois estamos falando de uma dívida de longo prazo.

    O financiamento de imóvel, por exemplo, pode ser considerado uma dívida "boa", pois ela pode permitir que a pessoa saia do aluguel ou adquira um imóvel para investimento.

    Por outro lado, o financiamento de veículo pode ser, em alguns casos, uma dívida "ruim", já que estamos falando da compra de um bem que se desvalorizará com o tempo – e com a taxa de juros, o valor final da dívida será mais alto que o valor do próprio veículo.

    Nesses casos, uma dica é tentar comprar o veículo à vista ou, então, dar uma entrada maior para que o endividamento não seja muito alto.

    É importante deixar claro que "dívida boa ou ruim" depende de cada situação, ok?


  4. Empréstimo consignado

    O empréstimo consignado faz parte da composição do endividamento de muitos brasileiros que são funcionários públicos, aposentados, pensionistas ou que trabalham com carteira assinada.

    Essa dívida pode ser considerada boa quando realmente existir a necessidade de contraí-la, já que o pagamento das parcelas é descontado diretamente do contracheque e as taxas de juros costumam ser menores.

    Porém, mais uma vez reforçamos: cuidado ao se "acostumar" com a renovação de empréstimos e ficar muito tempo endividado sem a real necessidade, ok? A dica é organizar as finanças o mais rápido possível para não depender de dívidas.


  5. Dívida de impostos e taxas

    Também faz parte da composição do endividamento as dívidas anuais de IPTU, IPVA, Imposto de Renda, licenciamento de veículo etc. Não há como evitar, não é mesmo?

    Nesse caso, é importante se planejar ao longo do ano para que esse tipo de dívida não descontrole as finanças. Uma dica é ir juntando o dinheiro para pagar tudo à vista, aproveitando os descontos que geralmente são oferecidos.

    Leia também | Tesouro Selic: entenda o que é e como funciona

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