O que é amortização de contrato? Será que vale a pena?
Reduzir o valor da parcela ou o tempo da dívida? Saiba o que é amortização de contrato e se vale a pena fazer.
Autor: Fabiana Ramos
Publicado em 01 de fevereiro
O financiamento ajuda as pessoas a adquirir bens de grande valor sem precisar pagar o valor total por ele de uma só vez. Nos dois tipos de financiamento mais comuns no Brasil, é importante avaliar fatores como valor total do crédito, número de parcelas, valor da parcela, valor do principal e taxa de juros antes de tomar a decisão de assinar um contrato. Neste artigo vamos tratar de amortização de contrato e como funciona.
O que é amortização de contrato
Antes de tratar da amortização, precisamos primeiro entender o conceito de financiamento.
O financiamento é o processo de pagar uma dívida em parcelas ao longo de um período específico. É um tipo de empréstimo concedido a indivíduos ou empresas para ajudá-los a financiar compras de bens de grande valor, como imóveis, veículos, equipamentos etc.
Como existe um adiantamento do dinheiro necessário para a compra do bem, haverá a incidência do pagamento de juros sobre o valor adiantado.
Assim, a amortização de contrato nada mais é que o “encurtamento” desse financiamento pela diminuição do saldo devedor (pela diminuição da quantidade de parcelas ou do valor da prestação).
É comum alguém que tenha recebido um dinheiro extra optar pela amortização do contrato de financiamento. Geralmente esse dinheiro vem do 13º salário, um bônus, participação nos lucros da empresa, herança, rendimento de investimentos, recursos do FGTS e até mesmo um aumento de salário.
Vamos supor que uma pessoa com um imóvel financiado receba uma herança. Ela pode optar por diminuir o financiamento, destinando parte do valor da herança para a amortização do contrato.
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Como funciona a amortização do contrato
O consumidor que opta por um financiamento tem a opção de escolher entre alguns métodos de amortização. Essa escolha influencia a quantidade de juros a serem pagos e o valor das parcelas.
No Brasil, os métodos mais utilizados são o SAC (Sistema de Amortização Constante) e o método francês (Tabela Price).
SAC – Sistema de Amortização Constante
O SAC envolve amortizações constantes do saldo devedor. Note, no exemplo a seguir, que as prestações serão decrescentes, uma vez que o saldo devedor será reduzido a cada parcela.
O valor da dívida nas parcelas do financiamento se mantém o mesmo até a quitação. Ou seja, o que varia a cada mês é o cálculo dos juros, que vai reduzindo. Assim, a cada mês que passa, a taxa é calculada em cima do débito atual e não do capital inicial.
Dessa forma, nesse sistema a parcela inicial é maior, porém diminui ao longo do prazo.
Tabela SAC – financiamento no valor de R$ 50.000, durante 10 meses, com juros de 1,5% ao mês
No exemplo anterior, o consumidor fez um financiamento de um terreno de R$50.000 e vai pagá-lo em 10 meses com taxa de 1,5% ao mês. Note que, por causa dos juros, o valor financiado não é mais de R$50.000, e sim de R$53.819,32.
Porém, depois de pagar a primeira parcela, que é de R$R$ 5.694,42, o valor financiado fica em R$45.000. A partir daí, os juros de 1,5% do segundo pagamento serão calculados com base nesse montante correspondendo a R$624,98. Ou seja, menor que da primeira vez (R$ 694,42). E isso ocorre até a 10ª parcela.
Tabela Price (sistema francês)
Já na Tabela Price, também conhecida como sistema francês, o que se mantém constante é o valor da prestação e a amortização cresce com o tempo, à medida que o saldo devedor diminui e, consequentemente, os juros caem.
Note que aqui a amortização do valor contratado é abatido mais devagar e a quantidade de juros é maior ao fim do prazo.
A tabela Price é muito utilizada para financiamentos de automóveis e crédito pessoal.
Tabela Price - Financiamento no valor de R$ 50.000, durante 10 meses, com juros de 1,5% ao mês
Utilizando o mesmo exemplo: financiamento de um terreno de R$50.000 com pagamento em 10 parcelas com taxa de 1,5% ao mês. Na verdade, o empréstimo foi de R$50.000, mas, por causa dos juros, o valor financiado é de R$54.217,09.
Aqui, o valor das parcelas permanece o mesmo até o fim do contrato. No início, a amortização do saldo devedor é menor e o pagamento dos juros é maior, e o processo vai se alterando com o tempo.
Se compararmos os sistemas de amortização acima, podemos notar que, já a partir do 2º mês, o saldo devedor da Tabela Price já é maior do que no SAC, fazendo incidir um juro maior por causa disso.
Qual o melhor sistema de amortização de contrato: SAC ou Price?
Na verdade, não existe um sistema melhor. Depende da situação do consumidor. Pelo fato de a parcela ter valor fixo no sistema francês (Price), o consumidor consegue se organizar melhor financeiramente, e essa situação traz mais segurança ao seu dia a dia. Pode ser uma boa escolha para financiamento de valores menores.
Por outro lado, para a compra de um imóvel, por exemplo, cujo valor é elevado e o prazo de financiamento mais longo, o SAC pode ser melhor, apesar de ter prestações mais altas no início do contrato. Será preciso verificar o orçamento e fazer contas para saber se as parcelas caberão de forma confortável nas despesas mensais da família frente à renda recebida.
Além disso, é importante considerar a possibilidade de mudanças na renda e na taxa de juros ao longo do tempo, pois isso pode afetar a capacidade de honrar o contrato.
Como fazer a amortização de um financiamento?
Uma vez escolhida a forma do financiamento, o consumidor tem direito a antecipar o pagamento das suas parcelas. Com um dinheiro extra, pode pagar mais parcelas de um só vez para terminar o financiamento mais rapidamente (ou dimimuir o valor das parcelas, tendo em conta o desconto nos juros).
Esse é um direito assegurado em lei (art. 52 do Código de Defea do Consumidor). Não se trata de camaradagem ou boa vontade da instituição financeira. É direito!
E mais: deve haver redução proporcional dos juros.
Cada instituição tem suas próprias regras e será preciso entrar em contato com a responsável pela concessão do crédito para saber o procedimento ao amortizar. Em um financiamento imobiliário, normalmente é possível verificar informações por meio do site ou do aplicativo da própria instituição (clique em “financiamento imobiliário” ou “habitação”).
Normalmente, não há nenhuma condição especial para a amortização do contrato, mas deve ser respeitado o valor mínimo de uma parcela para que ela seja possível. Verifique na instituição financeira em que foi feito o financiamento.
Vale a pena fazer amortização de contrato?
Geralmente sim. A amortização proporciona menor pagamento de juros e diminuição do tempo total da dívida. Porém, podem existir formas mais rentáveis de utilização do dinheiro.
É preciso comparar a taxa de juros atual (taxa Selic ou CDI) com o CET (custo efetivo total) do financiamento. Se o financiamento tiver um CET mais alto que a taxa de juros básica da economia, vale a pena amortizar parcelas desse contrato. No entanto, se o CET ficar abaixo da taxa Selic (ou CDI), manter o dinheiro investido será mais rentável, pois ele rende mais que o consumidor paga de juros.
Não vai dar para fugir das contas nesse caso. Fazer simulações e comparações é a melhor saída para se tomar uma boa decisão.
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