Celular clonado: o que fazer e como se proteger

Saiba neste artigo quais os tipos de golpes de celular clonado, o que fazer e como se prevenir nessas situações.

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Autor: Marlise Brenol

Publicado em 26 de outubro de 2022

A clonagem de celular é uma fraude bastante comum. O acesso ao chip duplicado ou a instalação de um aplicativo espião permite roubar informações armazenadas no aparelho ou o código de identificação do dispositivo. Quando o golpista ganha o controle do telefone, a fraude pode ser executada. Saiba neste artigo o que fazer em caso de celular clonado.  

Como ocorre a clonagem de celular

Criminosos que invadem o aparelho da vítima podem fazer ligações telefônicas, enviar mensagens e baixar aplicativos como se fossem donos da linha original. A clonagem provoca exposição dos dados pessoais, das conversas de WhatsApp ou até mesmo de informações do aplicativo do banco. 

Há pelo menos três formas de o golpe ser aplicado. Uma delas é chamada de SIM Swap ou troca do chip SIM, mas também há o golpe pelo número do IMEI ou a instalação de um aplicativo espião no aparelho. Em qualquer uma das táticas de invasão o fraudador visa utilizar o plano da vítima e provocar danos financeiros.

Golpe do celular clonado por SIM Swap

O ponto de partida é um cadastro com dados sobre a vítima, como número do celular, nome completo, endereço, data de nascimento e outras informações. Com os dados em mãos, o golpista liga para a operadora de telefonia e se identifica como se fosse o titular da linha e do plano para registrar roubo ou perda do aparelho.  

Após a confirmação das informações, a empresa de telefonia autoriza a vinculação do plano a um novo cartão SIM, ou seja, o chip é alterado. A mudança faz com que o criminoso passe a receber as ligações e mensagens do número original e acessar a lista de contatos, códigos de verificação via SMS e outros recursos.  

Esses acessos permitem ao golpista recuperar e invadir contas bancárias e de aplicativos, pois ele recupera senhas de aplicativos financeiros e redes sociais. Se o acesso a uma conta de instituição financeira for concedido, o prejuízo pode ser significativo, pois o criminoso fica apto a solicitar empréstimos e realizar compras.  

Quando o golpe do SIM Swap é consumado, o telefone original fica sem acesso à rede de telefonia, mas não perde a conexão via internet wi-fi. Muitas vezes a vítima demora para perceber que perdeu totalmente a rede justamente porque segue utilizando os aplicativos por outras redes de internet. A percepção tardia é o tempo de aplicação de fraudes financeiras. 

Golpe do celular clonado pelo código IMEI

A clonagem do celular por meio do código do aparelho permite o uso duplo de uma mesma conta ou plano de telefonia. O código International Mobile Equipment Identity, ou IMEI, é uma identificação única do dispositivo. É como se fosse o número do chassi de um carro, só tem um. O conjunto de números de 15 algarismos pode ser encontrado na caixa do aparelho, na bateria ou ao digitar e ligar para #06# no celular. 

Há aparelhos que permitem o uso de mais de um chip. Nesse caso, haverá mais de um IMEI associado. Quando o criminoso tem acesso ao IMEI da vítima, pode reprogramar o chip para funcionar em outro dispositivo. A reprogramação é a clonagem. Nesse caso, o golpista passa a usar o telefone para fazer as ligações, a serem pagas pelo titular da linha.  

No golpe do celular clonado pelo código do IMEI, o titular seguirá utilizando o telefone, por isso é mais difícil de a vítima perceber. Porém, o serviço passa a perder qualidade, pois as ligações têm chiado, erro de solicitações e outros problemas até então pouco usuais.

Golpe do celular clonado com aplicativo espião

O mais desafiador dos métodos de clonagem é a invasão dos aparelhos celulares pelo aplicativo espião. Nesse caso, no entanto, quase sempre há conivência de pessoas conhecidas, pois a instalação do robô espião é feita no próprio aparelho. O criminoso precisará de acesso ao celular da vítima.  

O aplicativo espião permite que o invasor monitore e tenha acesso a todos os acessos e usos fetos pelos titulares. Muitas vezes a vítima demora para tomar conhecimento porque o celular continua funcionando normalmente. Nesse caso, o espião pode ter acesso a informações trocadas com terceiros e até logins e senhas, o que aumenta a vulnerabilidade financeira e o risco de fraudes.  

Ainda que esse tipo de clonagem seja mais praticado por pessoas próximas, como familiares e pares românticos controladores, os riscos existem para os titulares mais desavisados. Às vezes, de forma ingênua, a pessoa empresta o aparelho a um conhecido ou colega e pode acabar sendo monitorada de forma indesejada.  

Celular clonado?

Saiba o que fazer!

Como verificar se o aparelho foi clonado

Ao perceber alguma alteração no funcionamento do aparelho celular, cabe uma verificação para se certificar de que o dispositivo não foi clonado ou invadido. Há indícios que podem apontar para a fraude, e nesse caso é preciso buscar ajudar para recuperar a conta.  

• Verifique se o aparelho tem aplicativos que você não instalou. Pode acontecer de serem aplicativos do próprio funcionamento do dispositivo, então veja a procedência de desenvolvimento. Na dúvida, se não encontrar a funcionalidade dele, delete. 

• Acesse a lista de chamadas efetuadas pelo telefone celular e confira se há números desconhecidos e ligações não identificadas. 

• Observe se a linha de ligações no celular tem provocado interferências e ruídos. Caso você escute barulhos ou vozes estranhas, a linha pode estar duplicada. 

Confira o padrão de consumo de dados no aparelho. Caso tenha havido um aumento significativo e injustificado, ligue para a operadora de telefonia.  

Celular clonado: o que fazer

A sensação de identificar que o aparelho foi clonado ou houve um golpe é das piores possíveis. O primeiro a ser feito é manter a calma, pois é preciso equilíbrio emocional para lidar com as consequências e minimizar os danos o mais breve possível. Há medidas que podem e devem ser feitas pelo titular quando o caso for confirmado.  

• Reinstale o aparelho e o sistema operacional do zero, como se estivesse ativando o dispositivo pela primeira vez.  

• Entre em contato com a operadora de telefonia e registre a clonagem. Explique a situação e peça que a empresa faça um rastreamento do uso do plano de sua conta. Lembre-se de anotar o dia, a hora, o nome do atendente e o protocolo de atendimento. 

• Altere as senhas de todos os aplicativos, e-mails, sites de redes sociais, lojas digitais e outros destinos. 

• Ative a verificação em duas etapas em todos os aplicativos e, principalmente, nas contas da Apple e da Google. 

• Caso a denúncia na empresa de telefonia não resolva, você pode pedir o bloqueio da linha do aparelho ou mesmo inativar o IMEI do celular. 

• Registre a ocorrência em uma delegacia de polícia online. Junte o máximo de prints e provas da clonagem para adicionar ao boletim.  

Persistindo a situação, procure a Agência Nacional de Telefonia (Anatel), que pode intermediar a reclamação do cliente junto à empresa operadora. No caso de fraude comprovada, o usuário não poderá ser cobrado nem sofrer o ônus da situação relacionada ao plano contratado. Caso decida procurar um advogado, acesse o Regulamento do Serviço Móvel Pessoal, de 2007, e conheça a proteção jurídica para estes casos.  

Como se prevenir de golpes de clonagem

Nem sempre as vítimas são culpadas pelo golpe, mas uma atitude preventiva ajuda bastante a evitar que o pior aconteça. Há dicas específicas para o caso da clonagem e há outras que são prevenções gerais que servem para afastar os riscos de golpes de internet, cada vez mais usuais no Brasil. 

• Evite emprestar o aparelho de celular para terceiros, mesmo que sejam de conhecidos ou colegas de trabalho. Caso deixe o celular em uma sala carregando e se afaste, bloqueie com senha ou biometria.  

• Monitore os gastos do seu plano de telefonia e, caso haja algum incremento no mês fora do esperado para o seu comportamento, entre em contato com a empresa de telefonia e denuncie.  

• Jamais compartilhe o número de IMEI com terceiros. Não há motivos para nenhum prestador de serviço solicitar os 15 dígitos de identificação do aparelho. Portanto, se um atendente ligar e pedir o IMEI, desligue na hora, pode ser golpe! 

• Não forneça dados pessoais por telefone quando receber ligações não solicitadas de prestadores de serviços. 

Monitore o seu CPF e fique no controle das finanças

Assim como o IMEI é um número de cadastro único do aparelho, o CPF é a identidade única do cidadão brasileiro. Por isso, os golpistas visam utilizar esses dados para praticar crimes. O IMEI fica ali guardadinho no aparelho e só é violado por invasão ou se o titular compartilha os 15 dígitos, mas o CPF acaba sendo usado nas mais diversas situações cotidianas.  

Para evitar a vulnerabilidade de ter o CPF utilizado por terceiros, é importante monitorar os movimentos associados ao seu cadastro de cidadão. Consultar a situação do CPF ajuda o titular a estar no controle das finanças e ficar sabendo se os dados pessoais estão circulando sem o seu conhecimento, além de prevenir danos que podem ser provocados por golpes online.  

A atitude preventiva ganha reforço com a prestação de serviço de monitoramento sistemático do seu CPF. Muitos dos golpes são aplicados a partir do uso indevido dos dados de identificação da vítima.  

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