O Pix é seguro? Entenda como se proteger de golpes
Por Lise Brenol
Confira as dicas do Banco Central para você se proteger.
O Pix fez sucesso no Brasil. Em oito meses de implementação, 98 milhões de pessoas estão cadastradas na modalidade de pagamento instantâneo do sistema financeiro gerido pelo Banco Central.
Em janeiro, o volume de operações Pix superou as de TED e DOC e em abril superou até as de boletos para pagamentos, segundo as estatísticas oficiais. A velocidade de adesão está acima da expectativa da instituição, afirma Mayara Yana, assessora no Banco Central.
Um dos fatores de aceleração foi o período da pandemia, porque as pessoas fizeram mais transações pelo telefone celular e menos com as cédulas impressas e cartões. “Do ponto de vista sanitário, o Pix é mais seguro porque você utiliza direto no celular, não precisa digitar a senha do cartão ou utilizar um caixa eletrônico”.
Além da segurança sanitária, Mayara afirma que o Pix também é uma operação blindada a fraudes porque é processado na rede do sistema financeiro nacional, ainda que possa ser usada como instrumento para criminosos aplicarem golpes. Na entrevista abaixo, entenda por que a operação segura não impede o golpe do Pix.
Mayara Yano, Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central
Marlise: Para operar uma transação com o Pix é preciso utilizar uma chave de transferência que normalmente é um dado pessoal (CPF, CNPJ, e-mail, telefone, outros) que será associado aos seus dados bancários para a transferência se efetivar. Como garantir que os dados não serão utilizados em golpes e fraudes?
Mayara Yano: Todos os cadastros e transações são realizadas dentro de um ambiente de autenticação digital. Os usuários vão fazer o Pix utilizando o ambiente de internet banking ou aplicativo, então você tem mecanismos de biometria, reconhecimento facial no celular e as senhas e a verificação de dois fatores no computador. Todos os dados e as transações trafegam em uma apartada da internet que é a rede do sistema financeiro nacional, que existe desde 2002. Nós nunca tivemos nenhum ataque nesta rede, é um sistema bastante resiliente. A rede Pix é a mesma onde trafegam as operações TED e DOC.
Marlise: A facilidade de uso tem feito a adesão crescer exponencialmente como mostram as estatísticas do Banco Central, até a população mais carente acabou adotando o Pix para movimentar o auxílio emergencial porque era uma operação sem taxa. Sabemos que o usuário é sempre a ponta mais vulnerável, tanto em golpes de estelionato como em endividamento por compras acima dos limites. Como o Banco Central avalia a proteção do usuário?
Mayara: O Pix em si não tem um limite, ele pode ser de um centavo a bilhões. Mas as instituições financeiras devem estabelecer limites conforme o perfil de cada cliente. Os limites costumam ser equivalentes ao do cartão de débito ou de TEDs. Os critérios podem variar por horário da operação, dia da semana ou canal da transação. Outro recurso que a maioria das instituições oferece é o próprio usuário estabelecer um limite menor.
Marlise: Esses dias eu fiz uma operação de um valor mais alto que o habitual e para um destinatário novo e o aplicativo do meu banco pediu uma dupla confirmação. Essa é também uma medida para evitar o uso deliberado do Pix em estelionatos ou mesmo o Pix por coação?
Mayara: Pode ser uma medida adotada quando for uma situação que tem uma suspeita de fraude por fugir do seu perfil de compra, com um valor que você não costuma movimentar. Ou se você está em uma cidade diferente, ou mesmo em um horário fora do padrão. Isso porque as instituições bancárias tem uma série de procedimentos antifraude. Se a instituição suspeitar que você está sendo vítima de algum tipo de crime, a operação Pix não cumprirá a regra dos 30 segundos. Nestes casos, a instituição pode ter de 30 a 60 minutos a mais para efetuar a transação, tempo que será útil para aplicar as verificações antifraude. Então, a instituição financeira que aplicar o temporizador deverá informar a chave suspeita ao centro compartilhado de informações do Banco Central. A chave suspeita é marcada como fraude e poderá ser consultada pelas demais operadoras de Pix autorizadas.
Marlise: Então a transação financeira tende a ser segura, mas a ponta mais vulnerável não fica imune aos golpes…
Mayara: O que a gente fala é que aqui no Banco Central a gente está protegendo o meio de pagamento para que seja seguro, mas a ponta vulnerável é o usuário. Ou seja, o Pix é novo, mas os golpes são antigos. O usuário cai na lábia de um criminoso que clonou um aplicativo de mensagem ou está fingindo que é um gerente do banco e ele mesmo ingenuamente disponibiliza um acesso remoto ou seus dados de senha para terceiros. Por isso é preciso atuar em educação financeira.
Dicas do Banco Central para não cair no golpe do Pix:
Nunca clicar em links sem saber a origem porque podem ser maliciosos e direcionar a uma página falsa;
O Pix só é operado no aplicativo do seu banco ou de outra operadora com ambiente seguro e autenticado, não há outra forma;
Preste atenção na tela de confirmação. Antes de autorizar, confira para quem você está pagando e qual o valor;
Só aceite Pix agendado de pessoas com quem você estabeleceu relações de confiança, caso contrário negocie pagamento instantâneo, ou seja, aquele que entra na hora na sua conta.
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Com ele, você será alertado por e-mail e SMS quando houver uma movimentação no seu CPF e CNPJ como: novas consultas, protestos, ações judiciais, vazamento de dados na Dark Web e mudança em seu score e muito mais:
Função Lock&Unlock: bloqueie e desbloqueie seu Serasa Score para consultas de terceiros. Isso pode ajudar você a evitar que golpistas peçam crédito em seu nome.
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