O pix é seguro? Entenda o bloqueio preventivo do pix pelo banco
O pix facilitou a vida do brasileiro porque é um meio de pagamento rápido, fácil e disponível 24 horas por dia, incluindo feriados e finais de semana. A adesão do brasileiro foi significativa e atingiu 102 milhões de usuários únicos cadastrados em setembro de 2021. Em menos de um ano, o pix representa um volume maior de transações em relação a outras modalidades como o TED ou Doc para transferências e o boleto para pagamentos.
À medida que a tecnologia evolui, os golpistas acompanham as atualizações e encontram novas estratégias para enganar seus alvos. Por isso, as medidas de segurança também precisam evoluir, a detecção de movimentação suspeita para bloqueio preventivo ou cautelar é um dos mecanismos a serem adotados pelas instituições financeiras.
Desenvolvido pelo Banco Central para facilitar as operações de transferência de valores sem precisar dos dados completos do destinatário, o pix funciona apenas a partir de uma informação-chave que pode ser o número do telefone, CPF, nome, entre outros. Uma chave já funciona para encontrar o contato no aplicativo da instituição financeira – banco, fintech ou qualquer iniciadora de pagamentos. A facilidade tem provocado problemas de segurança pública, como casos de coerção em sequestro-relâmpago, roubo de identidade e outros tipos de fraude.
Uma das medidas para impedir fraudes é o chamado bloqueio cautelar ou preventivo. Cada instituição tem por obrigação conhecer o perfil do cliente para oferecer serviços customizados de crédito, investimento, movimentações monetárias e outros produtos financeiros. A estruturação de informações do cliente é potente não apenas para ofertas personalizadas, mas também para o open banking, ou seja, o compartilhamento competitivo com outras instituições a pedido do titular, e principalmente para a identificação de distorções motivadas por operações fraudulentas.
Conhecer o cliente é requisito para que movimentações distorcidas possam ser identificadas como fora do padrão e operações sejam bloqueadas preventivamente para averiguar suspeitas de fraudes. Entenda as situações nas quais o bloqueio preventivo pode acontecer e como vai funcionar.
Entenda o bloqueio do pix passo a passo
O bloqueio preventivo de transferência feita por pix está autorizado pelo Banco Central a partir de novembro de 2021. A medida vale para a pessoa física que receber valores fora do perfil padrão de operações na instituição. O mecanismo de identificação deverá ser desenvolvido ou adquirido pela própria operadora, com softwares de inteligência artificial associados a avaliações de risco gerencial. Os critérios para definir uma operação suspeita de fraude podem variar entre as instituições, mas as contas mais propensas a terem valores recebidos bloqueados são as recém criadas e sem movimentação regular, também as contas antigas porém ociosas e as contas com repentino aumento de transações financeiras incompatíveis com o perfil do titular.
Entenda o passo a passo do bloqueio de pix.
A suspeita de fraude inicia com a transferência de um valor alto incompatível ou com uma série de transferências incomuns. O mecanismo de monitoramento antifraude do banco ou da instituição financeira identifica o risco e emite um alerta.
A instituição pode optar por uma mediação humana de um profissional ou pelo bloqueio automático operado pelo próprio software de identificação e gerenciamento de risco.
O titular da conta que teve a transferência de pix bloqueada deverá ser notificado imediatamente.
O bloqueio preventivo pode ter até 72 horas de duração. Neste período, o banco fará a averiguação da operação com ambas as partes e a análise de fraude.
Caso a operação seja reconhecida como legítima, o valor é liberado automaticamente sem ônus para nenhuma das partes.
Se houver a confirmação de fraude, o valor será devolvido para a conta emissora em até três dias úteis.
A instituição que operou o bloqueio e a averiguação é obrigada a fazer a notificação de fraude para o diretório de identificadores de contas transacionais (Dict), no ecossistema compartilhado por todas as instituições autorizadas.
O bloqueio preventivo é um dos mecanismos de prevenção a fraudes.Na medida em que o sistema for aperfeiçoado a detecção tende a ser ainda mais eficiente em função da notificação de fraude. “Quando houver uma situação de transação suspeita, a instituição é agora obrigada a marcar o usuário, CPF ou CNPJ e chave-pix. E sempre que tiver uma tentativa de movimentação para essa conta, as demais instituições terão acesso a esse histórico de notificações no Dict”, destaca Maya Yano, assessora do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central.
A medida visa principalmente identificar contas utilizadas como laranja, ou seja, quando criminosos utilizam dados pessoais roubados de terceiros para operar contas fraudulentas. Muitas vezes o roubo de dados pessoais na internet visa justamente a abertura de conta para a movimentação monetária ilegal. Por isso, é importante o usuário adotar medidas preventivas para proteger as informações pessoais como criar senhas fortes, ativar autenticação de duas etapas, biometria ou outro recurso de segurança disponível, bem como monitorar as movimentações com os dados pessoais.
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