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O que é deepfake e como ele ameaça sua segurança

Deepfake: o que é e como funciona a técnica que cria vídeos e áudios falsos

Publicado em: 27 de fevereiro de 2025

Categoria Segurança na internetTempo de leitura: 11 minutos

Texto de: Time Serasa

Conceito Deepfake, tecnologia de rastreamento facial, detecção e reconhecimento, sistema de segurança. Conceito on-line de login de senha de segurança e segurança cibernética.

Discursos falsos de figuras públicas que nunca aconteceram. Cenas de filmes com atores que nunca participaram das gravações. Vídeos pornográficos que usam o rosto de pessoas que não estiveram ali. A técnica, conhecida como deepfake, é um convite a pessoas mal intencionadas que querem enganar e manipular para obter vantagens financeiras, políticas e sociais. Mas o que é deepfake e como ela pode ser uma ameaça?

Entenda aqui o que significa essa técnica, como ela é usada e como identificar.

Assista | Novos Golpes: clonagem de voz, presente de aniversário e mais

O que é deepfake

Deepfake é uma técnica que permite criar ou alterar um vídeo, áudio ou foto com ajuda de inteligência artificial (IA). Com isso, o rosto de uma pessoa pode ser trocado pelo de outra, ou aquilo que ela fala pode ser modificado. Na prática, os deepfakes podem colocar pessoas em qualquer situação ou lugar, dizendo frases nunca ditas ou assumindo atitudes jamais tomadas.

O objetivo é distorcer a realidade para confundir a vítima e fazê-la acreditar na mensagem que está sendo passada. São inúmeras as possibilidades: a troca de rostos e a clonagem de voz são as mais comuns. Embora falsos, esses conteúdos são extremamente realistas e, à primeira vista, podem até parecer mesmo autênticos.

Tipos de deepfakes

Os deepfakes se apresentam de diversas formas, feitas com variados tipos de técnicas e truques computacionais.

As formas mais comuns costumam ser:

Deepfake de vídeo

É o tipo mais conhecido de deepfake. No caso, o rosto de uma pessoa é substituído pelo de outra, imitando sua aparência e trejeitos. Assim, a pessoa clonada passa a reproduzir todas as falas e movimentos realizados por um ator, criando uma situação ou um discurso que nunca aconteceu.

Deepfake de movimento corporal

Além de trocar rostos, o deepfake também manipula movimentos corporais inteiros, sincronizando expressões faciais e gestos para combinar com a aparência e os movimentos da pessoa falsificada. Isso é usado para criar vídeos altamente realistas, como dublês digitais em filmes ou vídeos falsos em redes sociais.

Deepfake de áudio

Os deepfakes de áudio utilizam IA para replicar a voz de alguém. A tecnologia analisa gravações da voz da pessoa e depois sintetiza falas com o mesmo tom, ritmo e entonação, criando mensagens de voz falsas. Isso pode ser usado até para enganar sistemas de autenticação por voz e cometer fraudes financeiras.

Deepfake de imagem

  • Esse tipo envolve a substituição ou alteração de rostos em imagens estáticas. Existem duas variantes principais:
  •  
  • ●        face swap, que faz a troca completa de um rosto por outro, muito comum em memes e aplicativos de entretenimento;
  • ●        face morphing, que combina características faciais de duas pessoas para criar um rosto híbrido, frequentemente usado para manipulação de fotos em redes sociais.

Deepfake de texto

Embora menos comentados, deepfakes de texto utilizam modelos de linguagem avançados para gerar textos que imitam o estilo de escrita de alguém. Isso pode incluir e-mails falsos, postagens em redes sociais ou até mesmo artigos de opinião, criando falsificações muito convincentes.

Como os deepfakes são criados

Para serem criados, os deepfakes dependem de materiais verdadeiros da pessoa-alvo da manipulação, sejam suas fotos, vídeos ou áudios. É com base neles que o sistema de IA será alimentado para criar a imagem manipulada, já que a principal característica da inteligência artificial é aprender com o maior número de dados e conteúdos colocados à sua disposição. Esta técnica que envolve aprendizado é chamada de machine learning - que, em português, significa aprendizado de máquina.

Assim, com inúmeros arquivos isso, a IA consegue reproduzir padrões básicos envolvendo a pessoa, como movimentos, expressões, vozes e outros trejeitos.

Leia também | Como identificar um perfil falso

Como os deepfakes podem ser usados

Os deepfakes foram criados para uso criativo no entretenimento e na publicidade. Porém, também se tornaram uma poderosa ferramenta de manipulação. A tecnologia tem sido empregada em diversas fraudes e contextos com intenções maliciosas, representando sérias ameaças à privacidade, à segurança financeira e à reputação das vítimas.

Por exemplo:

Fraudes financeiras

Os deepfakes têm se tornado uma ferramenta cada vez mais comum em fraudes financeiras corporativas, especialmente no contexto de ataques conhecidos como "golpe do CEO". Nesse caso, criminosos usam a tecnologia para imitar a comunicação de um executivo de alto escalão e solicitar aos colaboradores uma transferência bancária urgente. Em alguns casos, o deepfake de vídeo chega até a criar um cenário em que o executivo parece estar participando de uma reunião virtual, aprovando e validando a transação em tempo real.

Desinformação política

Deepfakes também possuem um enorme potencial de interferir no cenário político ao criar narrativas falsas para influenciar eleições no mundo todo. Vídeos manipulados de figuras públicas fazendo declarações polêmicas que nunca ocorreram podem manipular campanhas eleitorais, espalhar desinformação e induzir a opinião pública.

Isso não só aumenta a polarização política, como também desestabiliza processos democráticos e fomenta desconfiança generalizada nas instituições públicas.

Extorsão e chantagem

Criminosos têm usado deepfakes também em esquemas de extorsão e chantagem. Um dos métodos envolve criar áuios ou vídeos falsos simulando sequestros, nos quais a vítima aparece pedindo ajuda em situações de pânico. Esses arquivos são enviados aos familiares junto com exigências de resgate ou ajuda financeira urgente, explorando o realismo da manipulação para causar desespero.

Ataques à reputação e difamação

A IA também é usada para fazer ataques diretos à reputação das vítimas. Um exemplo são os vídeos adulterados que as colocam em contextos comprometedores com o objetivo de difamar e humilhar, como pornografia ou declarações que distorcem o que foi dito.

Leia também | Como um hacker invade o Instagram? Saiba como se proteger

Como identificar um deepfake

Os deepfakes estão cada vez mais sofisticados, tornando cada vez mais difícil distinguir o que é real do que é manipulado. Mas não impossível.

A principal dica é observar sempre o conteúdo da mensagem. Se a situação representada parece exagerada e absurda ou, então, se uma pessoa conhecida estiver dizendo algo que contradiz seu comportamento usual, então isso é um indício de que é preciso desconfiar da autenticidade.

Além disso, alguns sinais sutis também podem ajudar na identificação. Por exemplo:

Em deepfakes de vídeo

  • ●        ausência de movimentos faciais que deveriam ser naturais, como o piscar dos olhos;
  • ●        movimentos corporais rígidos;
  • ●        ausência de uma marca conhecida da pessoa, como uma pinta, tatuagem ou sinal;
  • ●        alterações no sotaque ou na entonação da voz;
  • ●        falta de sincronia entre o áudio e o movimento dos lábios;
  • ●        olhos com brilho artificial;
  • ●        dentes borrados;
  • ●        diferenças no tom da pele do corpo e do rosto;
  • ●        iluminação no rosto inconsistente com o cenário ao redor, como sombras que não correspondem à luz ambiente.

Em deepfake de movimento corporal

  • ●        movimentos corporais rígidos e que aparentam ser mecânicos ou desconectados da expressão facial;
  • ●        desalinhamento com o cenário, incluindo sombras e objetos posicionados ao redor;
  • ●        proporções corporais irregulares, como o tamanho da cabeça em relação ao corpo.

Em deepfake de áudio

  • ●        entonação inadequada na voz;
  • ●        tom monótono ou ligeiramente robótico;
  • ●        ruídos de fundo suspeitos;
  • ●        ausência de sotaque, entonação ou vocabulário que é próprio da pessoa;
  • ●        interrupções abruptas de palavras, frases ou ideias.

Em deepfake de imagem

  • ●        bordas mal ajustadas no rosto, especialmente perto do cabelo e do pescoço;
  • ●        texturas faciais que não combinam com o resto da pele, como manchas ou brilho fora do lugar;
  • ●        reflexos mal posicionados ou ausentes nos olhos;
  • ●        fundo ou paisagem que não condiz com o local dos fatos;
  • ●        roupas incompatíveis com as características do lugar e das demais pessoas que aparecem no registro;
  • ●        assimetria visível, como ausência de brinco em uma das orelhas;
  • ●        encaixe imperfeito entre a cabeça e o pescoço;
  • ●        algo estranho no interior da boca (considerando que a IA ainda não é tão boa em reproduzir os movimentos da língua).
  • ●        partes do corpo desproporcionais, como rosto, pernas e braços.

Em deepfake de texto

  • ●        erros de contexto e coesão;
  • ●        declarações contraditórias no mesmo texto;
  • ●        estilo de escrita que não combina com o estilo usual dela;
  • ●        uso de linguagem muito formal ou informal, soando artificial.
  •  
  • Leia também | Como identificar deep fake

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