Como quitar financiamento antes do prazo e quando vale a pena
Saiba como quitar financiamento antes do prazo, quais são as opções disponíveis e quando essa alternativa é vantajosa para você.
Publicado em: 13 de janeiro de 2022.
Quitar financiamento pode demorar algumas décadas ou apenas alguns meses. Tudo vai depender do valor que você pegou emprestado e da sua capacidade de pagamento.
Você não precisa ficar preso ao prazo estabelecido no contrato. Se quiser, pode fazer a quitação em menos tempo do que o planejado inicialmente. Mas como saber quando essa opção é realmente interessante?
Neste conteúdo, vamos explicar o que você precisa avaliar antes de tomar essa decisão e quais recursos podem ser usados para se livrar da dívida mais rapidamente. Continue a leitura!
Quitar financiamento antes do prazo é possível?
Sim! Qualquer banco deve aceitar o seu pedido para pagar de vez uma dívida em aberto, como é o caso de um financiamento. Caso encontre qualquer resistência em relação a isso, saiba que o direito de quitar dívidas antecipadamente está previsto no artigo 52 do Código de Defesa do Consumidor.
Você pode antecipar parcelas ou quitar um financiamento quando conseguir um dinheiro extra, por exemplo. Se o salário aumentar, você receber uma herança, quando encontrar uma fonte de renda extra ou em qualquer outra situação em que sobrar um dinheirinho a mais.
Aliás, essa é uma alternativa adotada por muitos consumidores que querem pagar menos juros no financiamento. Isso porque, quando você quita o financiamento antes do prazo, a instituição financeira que concedeu o crédito deve aplicar um desconto sobre os juros incidentes proporcional ao tempo de adiantamento. Assim, a dívida acaba ficando mais barata. Por outro lado, se você só soube dessa informação agora, é importante ressaltar que as parcelas já vencidas, como naturalmente já foram pagas, não têm desconto.
Mas antes de tomar essa decisão, é preciso cautela. Antecipar as prestações pode até baratear o seu financiamento, mas tome cuidado para não ficar totalmente sem dinheiro, tá?
Se você tiver a oportunidade de antecipar o pagamento mas ainda não contar com uma reserva de emergência, por exemplo, avalie a possibilidade de deixar uma parte do dinheiro guardada para lidar com possíveis imprevistos sem bagunçar o orçamento ou precisar recorrer a linhas de crédito mais caras para pagar as contas, como o rotativo do cartão de crédito ou o cheque especial.
Leia também | Reserva de emergência: como fazer a sua e se preparar para imprevistos?
Quero quitar meu financiamento antes do prazo. Como fazer isso?
Para quitar seu financiamento antes do prazo, o primeiro passo é procurar a instituição financeira que concedeu o crédito e informar o seu desejo.
Peça e anote todas as informações sobre descontos e faça um novo cálculo das parcelas a vencer considerando esse desconto. No caso de pagamento à vista, o banco deverá gerar um único boleto com o saldo devedor.
No caso de financiamentos imobiliários, você pode também usar o FGTS para amortizar (ou reduzir) uma parte da dívida. Essa é uma opção disponível para quem faz o financiamento pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e atende aos critérios necessários para movimentar recursos do fundo. Mas vamos falar um pouco mais sobre essa opção mais para frente.
Leia também | O que é novação de dívidas e como se livrar de dívidas antigas
Como quitar financiamento em menos tempo?
Você pode quitar seu financiamento mais rápido com algumas opções. Se você financiou uma casa ou apartamento, a principal alternativa é usar o saldo do FGTS.
FGTS
Com o Sistema Financeiro de Habitação (SFH), você pode usar o FGTS para compor até 80% do valor de cada prestação por um período de 12 meses (que pode ser renovado a cada ano) ou então para quitar ou amortizar o saldo devedor (se você tiver com os pagamentos em dia).
As regras gerais para uso do FGTS em financiamentos imobiliários são as seguintes:
Ter no mínimo três anos de trabalho com carteira assinada, consecutivos ou não;
Não ser proprietário nem usufrutuário, possuidor ou cessionário de um imóvel residencial urbano no seu município de residência ou no local em que você trabalha, incluindo municípios vizinhos ou da mesma região metropolitana;
O imóvel precisa ser financiado na cidade onde você mora ou trabalha, ou em municípios da mesma região metropolitana;
Comprar imóvel avaliado em até R$ 1,5 milhão;
O imóvel financiado deve ser urbano e residencial (em caso de imóvel misto, o FGTS só pode ser usado para a porção residencial) e ser usado para a moradia do comprador;
O imóvel deve ter condições de habitabilidade e estar matriculado em cartório de registro de imóveis;
O imóvel comprado não pode ter sido adquirido com recursos do FGTS há menos de três anos (contando a data do registro de aquisição na matrícula do imóvel).
Portabilidade
A portabilidade é mais uma alternativa para quem deseja pagar menos juros em um financiamento e guardar dinheiro para quitar a dívida com mais facilidade. Em alguns anos, quem sabe, essa estratégia permite a amortização de uma parte ou de todo o saldo devedor.
Neste vídeo do Serasa Ensina, trouxemos mais dicas para reduzir o valor da parcela de um financiamento.
Planejamento financeiro e redução de gastos
Se você quer quitar financiamento mais rápido, outra opção é fazer um planejamento para conseguir juntar mais dinheiro e amortizar as prestações. Para alcançar esse objetivo, há dois caminhos: eliminar gastos supérfluos ou conseguir uma fonte de renda extra.
Vender um bem mais caro, como um carro também, é uma opção válida, se esse for seu desejo — mas, como toda decisão que envolve dinheiro e qualidade de vida, merece ser muito bem pensada.
Use seu 13º para amortizar
Se você estiver com as contas em dia, sem dívidas e com alguma reserva para lidar com imprevistos financeiros sem sufoco, uma opção é usar o seu 13° para quitar financiamento em menos tempo.
Quando você faz um financiamento, o banco analisa a sua renda mensal e propõe um valor de parcela que comprometa, no máximo, 30% da sua renda mensal. Então, ao usar o seu 13°, você poderá cobrir até três parcelas de uma só vez.
Mas, vale reforçar: os especialistas em finanças pessoais sempre recomendam a formação de uma reserva de emergência suficiente para se sustentar por seis meses. Se quitar a dívida compromete sua reserva de emergência, tente juntar mais dinheiro para adiantar as parcelas com mais tranquilidade.
Depois de quitar o financiamento, o que preciso fazer?
Depois de quitar seu financiamento, você deverá registrar o termo de quitação em um cartório. Esse termo será gerado pela instituição financeira credora assim que a dívida for paga e esse pagamento for processado.
Aí, é só comemorar: seu bem estará oficialmente quitado e, a partir de então, realmente será sua propriedade.