O que é estagflação e como isso afeta a economia

A estagflação é o resultado de três eventos econômicos: alta da inflação, queda das atividades econômicas e aumento do desemprego. Saiba como se proteger

Autor: Sara Moreira

Publicado em 21 de novembro de 2022

Quando um país vive alta de inflação, desaceleração das atividades econômicas e aumento do desemprego, pode-se afirmar que ele passa por uma fase conhecida por estagflação.

A estagflação pode ser causada por diferentes motivos internos e externos. No entanto, algo de comum acontece: ele afeta a economia toda e o bolso dos cidadãos.

Por isso, entenda como ocorre a estagflação, quais as consequências e como se proteger dessa situação

O que é estagflação na economia

A palavra estagflação é a união dos termos "estagnação" (paralisação) e "inflação" (aumento geral dos preços).

A estagflação ocorre com a combinação de 3 fatores:

1 - inflação alta;

2 - desaceleração da atividade econômica;

3 - aumento do desemprego.

A primeira estagflação brasileira ocorreu na década de 1980 – considerada, em termos de economia, a "década perdida". Uma intensa crise econômica, preços que subiam várias vezes ao dia e PIB em queda afetaram a realidade dos brasileiros.

Somente após a criação do Plano Real, em 1994, é que a economia deu sinais de recuperação, após sucessivos planos econômicos que falharam.

Assista | Como a guerra afeta a economia?

Quais as causas da estagflação?

A estagflação pode ser provocada tanto por fatores internos quanto externos – e até pela união dos dois.

Eventos externos impactam diretamente os preços das commodities – mercadorias de setores-chave da economia. A atual guerra entre a Rússia e a Ucrânia, por exemplo, tem impactado a comercialização de trigo, gás natural e petróleo em vários países.

Quanto aos eventos externos, as causas estão relacionadas a:

• conflitos comerciais;

• pandemia;

• crises econômicas que afetam alguns países;

• flutuação do mercado financeiro no exterior;

• eleições em outros países;

• guerras.

Além disso, as causas internas da estagflação podem ser relacionadas a:

• eventos climáticos (seca prolongada ou chuvas intensas);

• decisões econômicas equivocadas;

• decisões e conflitos políticos;

• flutuação do mercado financeiro.

Como as pessoas sentem os efeitos da estagflação no dia a dia?

Quando ocorrem situações como as citadas, o governo tende a adotar uma série de medidas na tentativa de conter a inflação, que é a alta dos preços.

Para conter a inflação, geralmente eleva-se a taxa de juros. Por mais que os juros altos sejam bons para quem investe, de modo geral isso pode desacelerar a economia, inclusive gerando desemprego, queda das atividades econômicas e dificuldade para se conseguir crédito.

Se, pelo contrário, o Banco Central reduz as taxas de juros para incentivar as empresas e a geração de empregos, a inflação tende a disparar.

Por isso, a estagflação é sentida pela população sobre vários aspectos:

• desemprego;

• alta nos preços de produtos e serviços;

• queda do padrão de vida;

• endividamento.

A mais recente pesquisa sobre Endividamento 2022 feita pela Serasa em parceria com a Opinion Box informa que o desemprego segue como principal motivo do endividamento dos brasileiros, impactando principalmente mulheres (31%) e jovens de até 30 anos (33%).

Como se proteger da estagflação

A mais recente pandemia de covid-19 mostrou os sinais de estagflação aqui no país, dando o alerta de que precisamos ter bons hábitos financeiros para evitar problemas maiores.

Para se proteger de crises econômicas, precisamos equilibrar a saúde financeira ao máximo. Confira algumas dicas importantes:

Evite o consumismo O consumismo é o consumo em excesso de itens sem necessidade e que podem desequilibrar as finanças. Portanto, evite compras de itens supérfluos em épocas de crise financeira
Quite as dívidas Pague as dívidas o quanto antes para evitar que em situações de crise econômica haja dificuldade no pagamento das parcelas. Priorize a amortização para conseguir descontos maiores.
Faça renda extra A renda extra é sempre bem-vinda em tempos de crise ou em tempos de abundância financeira. Confira dicas de renda extra sem sair de casa
Mantenha seu Serasa Score em dia O Serasa Score é a pontuação de crédito da Serasa que indica ao mercado o risco de inadimplência dos consumidores. Quanto mais alta a pontuação, maiores as chances de conseguir crédito
Monte a reserva de emergência Em tempos de estagflação, ter uma reserva de emergência faz toda a diferença para não se endividar, principalmente em momentos de desemprego. Saiba como calcular e construir essa reserva financeira.
Invista em aplicações que protegem o dinheiro da inflação Existem títulos públicos e ações que ajudam a proteger o dinheiro da inflação. É o caso, por exemplo, do Tesouro IPCA+, indexado justamente pela inflação e evita que o dinheiro aplicado se desvalorize no momento do resgate. Também na renda fixa, podem existir boas opções de debêntures de empresas que tenham bons fundos de inflação. Nesses títulos, os investidores emprestam dinheiro para empresas que queiram realizar grandes investimentos. Já na renda variável, existem opções de ações e ETFs mais resilientes durante oscilações econômicas. Aliás, sobre esse assunto, confira no próximo post quais as vantagens de comprar dólar na bolsa de valores – outra boa alternativa para se proteger da estagflação

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O Serasa Score é a pontuação de crédito da Serasa que vai de 0 a 1000 e indica as chances de o consumidor pagar as contas em dia. Quanto mais alta a pontuação, maior a probabilidade de conseguir crédito.

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